VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT
Em um dos seus últimos atos, o Papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21), reconheceu o martírio do padre italiano Nazareno Lanciotti e autorizou a beatificação dele. Lanciotti viveu 29 anos evangelizando no município de Jauru (424 km de Cuiabá) e foi assassinado em 2001.
No dia 14 de abril, a autoridade papal recebeu o prefeito Dicastério das Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro e ordenou a promulgação dos decretos relativos à beatificação do padre italiano, que dedicou sua vida para defender os pobres e os oprimidos.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Lanciotti enfrentou injustiças e denunciou abusos de poder. Em uma disputa de terras, ele chegou a se ajoelhar diante de um confronto armado para evitar mortes. No município de Jauru, Nazareno fundou o asilo Coração Imaculado de Maria, além de um seminário, uma escola, um hospital e comunidades eclesiais rurais.
A notícia da autorização da beatificação foi celebrada pela Prefeitura municipal.
“Essa importante decisão abre caminho para a sua beatificação, sendo agora oficialmente reconhecido como “servo de Deus” pela Igreja Católica”, diz trecho de uma publicação nas redes sociais.
Nazareno Lanciotti
Nazareno nasceu em Roma em 3 de março de 1940. Ele foi ordenado padre em 1966 e cinco anos depois migrou para o Brasil como missionário, inicialmente em Poxoréu. No dia 12 de janeiro de 1972, o padre iniciou seu ministério em Jauru, que na época era uma das comunidades mais pobres da região.
Segundo a Igreja Católica, o trabalho pastoral de Nazareno Lanciotti passou a incomodar pessoas contrárias aos princípios religiosos do padre e, na noite do dia 11 de fevereiro de 2001, a casa dele sofreu um atentado.
Lanciotti foi baleado na nuca, ficou hospitalizado em estado grave e chegou a ser transferido para um hospital em São Paulo. Dez dias depois, no dia 22 de fevereiro de 2001, ele morreu, aos 61 anos de idade.
Após a morte de Nazareno, a comunidade católica passou a pedir a beatificação do padre considerado mártir. A vida dele passou a ser investigada pela igreja e, mais de vinte anos depois do falecimento, o martírio, que é um dos critérios para a beatificação, foi reconhecido.
Veja a publicação da Prefeitura de Jauru: