CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
A Hipermed Serviços Médicos e Hospitalares, alvo da segunda fase da Operação Curare, denominada Cupincha, alegou que sofreu bloqueio de bens e, por isso, apenas poderia honrar com os pagamentos dos médicos terceirizados após conseguir reverter a medida judicial. Entretanto, a Justiça Federal negou que houve bloqueio nas contas da empresa.
A informação inicial foi veiculada em nota emitida pela empresa logo após a operação. Isso porque a Hipermed também tem sido cobrada pela falta de pagamento aos médicos que atuam na Saúde de Cuiabá. Nesta semana houve debandada dos profissionais que atendem o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), alegando falta de repasse.
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Na nota, a Hipermed tranquilizou os trabalhadores, afirmando que "todos os compromissos serão honrados, tão logo se consiga reverter os bloqueios via medidas judiciais cabíveis". A empresa afirmou, ainda, que cumpriu com todos os contratos emergenciais relativos à covid-19 e que "é a maior interessada que todos os fatos sejam esclarecidos o mais rápido possível".
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Em outra nota, porém, o juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, desmentiu as alegações e afirmou que não decretou indisponibilidade de bens de nenhuma das empresas responsáveis por prestação de serviços médicos. Além da Hipermed, também foram alvos da operação a Ultramed - Serviços Médicos Hospitalares Ltda e a Smallmed Serviços Médicos e Hospitalares Eireli.
"Para não prejudicar a prestação de serviços de saúde à sociedade, assim como o regular pagamento da remuneração devida aos profissionais de saúde responsáveis por esse serviço, as empresas [...] investigadas no inquérito policial não foram atingidas pela medida de indisponibilidade de bens e valores, exatamente para evitar qualquer interrupção do serviço de saúde do Município de Cuiabá", informou o magistrado.
De acordo com a Justiça Federal, foram decretadas indisponibilidade de bens na ordem de R$ 46 milhões de 21 empresas e pessoas físicas.
A Hipermed já havia sido alvo da primeira fase das investigações, em 30 de julho. Na época, o juiz Jeferson Schneider determinou que a Prefeitura fizesse a suspensão dos pagamentos em um prazo de até 60 dias. A Hipermed foi acusada de fazer parte do grupo criminoso que fraudava procedimentos de dispensa de licitação na Secretaria de Saúde de Cuiabá, e responsável por uma quarterização dos serviços.
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