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Cuiabá, 22 de Dezembro de 2024
22 de Dezembro de 2024

22 de Dezembro de 2024, 13h:50 - A | A

POLÍCIA / VENDA DE SENTENÇAS

STF aponta filha de desembargador como intermediadora em esquema investigado pela PF

Apuração teve início após morte de Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, em Cuiabá.

DO REPÓRTERMT



Na decisão em que autorizou a deflagração da segunda fase da Operação Sisamnes, o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontou Alice Terezinha Artuso, servidora do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e filha do desembargador João Ferreira Filho, como intermediadora do suposto recebimento de valores ilícitos oriundos do advogado Roberto Zampieri.

Foi a partir da análise das mensagens obtidas no celular de Zampieri que a Justiça detectou um suposto esquema de venda de sentenças em várias cortes do Brasil.

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As mensagens também subsidiaram a decisão do Conselho Nacional de Justiça, que determinou o afastamento dos desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes, apontados como integrantes do grupo investigado.

A esposa do desembargador, Maria de Lourdes Guimarães Filha, que também é servidora no TJMT, foi afastada das funções na Corte. A mesma decisão foi aplicada à Terezinha Artuso.

Movimentações financeiras identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) mostram transferências de R$ 1,8 milhão de uma empresa ligada à Zampieri para Alice Terezinha Artuso, além do pagamento de uma parcela de R$ 25 mil referente a uma moto Harley Davidson, possivelmente em beneficío de João Ferreira Filho.

Diante disso, o ministro Cristiano Zanin autorizou o bloqueio de valores de até R$ 1,8 milhão ao magistrado e às servidoras, valor referente ao suposto dano, além de proibir o contato dele com a servidora Alice Terezinha.

O ministro autorizou busca e apreensão na residência de Alice Terezinha, com a apreensão de celulares, tablets, computadores e outros dispositivos para obtenção de provas. Foi determinada ainda a quebra de sigilo telemático dos aparelhos celulares.

Alice Terezinha e Maria de Lourdes foram proibidas de acessar ou ingressar no prédio do TJMT e nos sistemas da Justiça estadual. Também foram obrigadas a entregarem os passaportes e proibidas de deixar o país.

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