APARECIDO CARMO
DO REPÓRTER MT
Apenas 65% das crianças foram imunizadas contra a poliomielite em Mato Grosso, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Ses-MT). A meta do Ministério da Saúde era 95%. Se tomarmos os números relativos à Capital, a situação é ainda mais preocupante já que somente 34,91% das crianças foram receberam o imunizante que protege contra a paralisia infantil, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Oficialmente a campanha de imunização foi concluída no último dia 30 de setembro, mas doses da vacina ainda estão disponíveis em Unidades Básicas de Saúde (UBS) para atendimento conforme a demanda.
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A preocupação das autoridades é que o baixo nível de imunização permita a volta da doença, que foi erradicada do país desde 1994. No começo de outubro, foi identificado o vírus da doença nas fezes de uma criança no Pará o que acendeu um alerta nas autoridades sanitárias.
O caso foi logo descartado, já que foi constatado que se tratava de uma reação à vacina, produzida com o vírus inativo da doença. Contudo, a preocupação persiste principalmente porque a vacinação não está andando.
Segundo a Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), desde 2015 a imunização contra a doença está abaixo do nível mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 95%.
Um dos motivos para essa falsa sensação de segurança é justamente o fato de que as pessoas não vivenciaram o surto da doença e não levam a sério a ameaça que ela pode representar.
O Brasil não tem relatos de infecções de paralisia infantil desde 1989 e foi considerado pela OMS livre da circulação do poliovírus em 1994. Mas o vírus continua a circular em outros países, inclusive alguns vizinhos ao Brasil, e a ameaça é real.
De acordo com a Fiocruz, a poliomielite é transmitida principalmente pela boca por meio do contato com gotículas de uma pessoa infectada, assim como fezes contaminadas. A água e alimentos também podem ser meios de propagação para o vírus.
Assim que o poliovírus entra na corrente sanguínea, o caminho fica aberto para que ele chegue ao sistema nervoso. Nos casos mais graves da doença, que atinge crianças com menos de cinco anos, a doença pode causar paralisia nas pernas, causando dificuldades de mobilidade.