APARECIDO CARMO
DO REPÓRTER MT
Faltam profissionais de saúde, medicamentos de uso contínuo e insumos para realização de curativos dos mais simples aos mais complexos nas unidades de saúde públicas de Cuiabá. É o que revela o primeiro boletim informativo do Gabinete de Intervenção, divulgado nesta quarta-feira (04).
De acordo com o documento, um levantamento realizado nas unidades do município revelou “uma situação alarmante”. Faltam cerca de 31 médicos de saúde da família na Capital. Se levarmos em consideração que cada equipe de saúde da família é responsável por cerca de 4.500 pessoas, “pode-se afirmar que possuímos 139.500 cidadãos cuiabanos desassistidos”.
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“Nas Unidades Básicas de Saúde, Policlínicas, UPAs e Hospitais, foi identificada falta de medicamentos de uso contínuo para tratamento de doenças crônicas, como diabete, hipertensão, falta de insumos para realização de curativos dos mais simples aos mais complexos e falta de equipo para administração de medicamentos endovenosos, não havendo sequer soro fisiológico para realização de cuidados básicos como lavagem oftalmológica, odontológica, curativos e infusões venosas para tratamento de urgências na atenção primária”, diz o boletim.
O documento cita a “precariedade na prestação do serviço ao cidadão” e diz que é “emblemática” a constatação de que nos últimos seis anos houve um aumento de 115% no número de contratos temporários assinados para a saúde da Capital, enquanto a população cuiabana cresceu 10,1%.
A intervenção na saúde de Cuiabá começou no dia 29 de dezembro, após uma determinação do desembargador Orlando Perri para que o Governo do Estado assumisse a pasta devido à situação crítica denunciada pelo Ministério Público do Estado.
Com a decisão, o Estado passou a ter o poder de administrar todos os órgãos e unidades da Saúde de Cuiabá, tanto a direta como a indireta, como é o caso da Empresa Cuiabana de Saúde Pública, que administra os hospitais São Benedito e Hospital Municipal de Cuiabá.
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