SÍLVIA DEVAUX
DA REDAÇÃO
Na decisão dessa quinta-feira (11) que determinou a entrega de armas e suspendeu autorização para prática de tiros dos pais da menor que matou Isabele Guimarães, de 14 anos, com um tiro no rosto, o juiz Murilo Moura Mesquita, da 8ª Vara Criminal de Cuiabá, atribuiu morte da adolescente à negligência do casal.
"Deste modo, a considerar o resultado morte atribuído à suposta negligência dos réus, mostram-se adequadas e suficientes as medidas cautelares diversas da prisão, até mesmo como forma de preservar a integridade física dos seus filhos", destacou em trecho da decisão.
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Mais ainda, o magistrado justifica a suspensão e retiradas das armas de fogo, apetrechos e munições como medidas para a próteção dos próprios filhos menores do empresário Marcelo Cestari e a esposa Gaby Cestari a quem eles deixavam manusear as armas.
"O crime de homicídio é atribuído aos acusados na modalidade culposa, mais especificamente por terem se omitido no tocante ao seu dever legal de vigilância", observou ainda.
Em razão disso, o juiz negou pedido de realização de prova pericial. "Não se enxerga plausibilidade no pedido de realização de prova pericial atinente ao manuseio e armazenamento da arma de fogo utilizada para proferir o disparo" que matou a adolescente.
O caso
Isabele Guimarães morreu na casa da amiga, filha do empresário Marcelo Cestari, na noite do dia 12 de julho deste ano. A versão contada pela amiga é de que ela estava indo guardar duas armas e que, em um acidente, as armas caíram e ao pegá-las uma disparou acidentalmente, acertando Isabele, que estava dentro do banheiro do quarto da amiga.
O tiro acertou o nariz e saiu na nuca. A perícia aponta que o disparo ocorreu de frente para a vítima e à curta distância.
A família Cestari, à qual pertence a menor, é de atiradores esportivos que faziam parte da Federação de Tiro de Mato Grosso (FTMT), mesmo os filhos menores de idade.