RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO
O juiz Anderson Candiotto, da 2ª Vara Criminal de Sorriso (a 420 km de Cuiabá), determinou vistas ao Ministério Público do Estado (MPE) sobre o laudo pericial que aponta Transtorno Bipolar Afetivo de Lumar Costa da Silva. Ele foi preso após assassinar a tia na cidade, arrancar o coração com a vítima ainda viva e levar para a filha dela em uma sacola.
O crime aconteceu em julho de 2019 e foi destaque na imprensa nacional. Lumar está preso desde então. O laudo feito pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi emitido no dia 22 de janeiro deste ano e encaminhado ao Judiciário.
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Com o documento em mãos, o juiz Candiotto determinou que o MP se manifeste sobre o que foi atestado pela perita Luana Peres Frick. O documento foi encaminhado ao órgão ministerial no dia (3) de março.
De acordo com a Politec, Lumar não tinha controle ou consciência do crime cometido.
“Do exposto e verificado, concluímos que o periciado apresenta o diagnóstico de Transtorno Afetivo Bipolar tipo um, necessitando de tratamento psiquiátrico. À época dos fatos era inteiramente incapaz de entender a ilicitude dos seus atos e incapaz de determinar-se segundo este entendimento”, ressaltou
Entendimento do MP
A Politec também destacou que apesar do transtorno, Lumar foi um aluno exemplar, concluiu os estudos e fez curso técnico, chegando a trabalhar em uma multinacional. Ele aprendeu a falar inglês, espanhol e até japonês sozinho no computador.
Para o Ministério Público, Lumar é inteligente e autodidata e deve pagar pelos crimes.
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Entenda o caso
Lumar foi morar com a tia, Maria Zélia, em Sorriso após deixar a cidade de São Paulo, onde tentou contra a vida da própria mãe com um facão.
Conforme apurado pela Polícia Civil, ele se desentendeu com vizinhos já no segundo dia que estava na cidade mato-grossense, morando de favor na casa da tia.
Maria Zélia era religiosa e também não aceitava o fato do sobrinho usar drogas em sua casa e por isso pediu para que ele saísse do imóvel.
Lumar então deixou a casa da tia e estava morando em uma quitinete ainda na região, até decidir matar a senhora como vingança.
A perícia suspeita que a mulher ainda estava viva quando teve o peito aberto pelo assassino e o coração arrancado, já que o corpo apresentava espuma na boca e no nariz.