FELIPE LEONEL
RAFAEL DE SOUSA
A juíza Cristiane Padim, da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá, que condenou a adolescente B.O.C, 14 anos, a pena máxima de 3 anos de internação, afirmou em sua decisão que a acusada matou a própria amiga de forma fria, hostil, demonstrando desamor e desumanidade.
B.O.C. é a responsável pelo assassinato de Isabele Guimarães com um tiro no nariz que saiu pela nuca, na noite de 12 de julho do ano passado, na casa da família Cestari, no condomínio Alphaville I, no bairro Jardim Itália, em Cuiabá.
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“Com tais considerações, concluo que a execução imediata da sentença atende aos preceitos do ECRIAD, principalmente no que concerne a imprescindibilidade da prioridade absoluta e a celeridade da intervenção Estatal na proteção das crianças e dos adolescentes, evidenciando o caráter pedagógico e responsabilizador da internação determinada em face da adolescente que aos 14 anos de idade ceifou a vida de sua amiga, também de 14 anos de idade, em atuação que estampou frieza, hostilidade, desamor e desumanidade”, determinou a magistrada.
A adolescente se entregou na Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) no início da noite. Ela passou por exame de corpo de delito e foi encaminhada ao Lar Menina Moça, anexo ao Centro Socioeducativo de Cuiabá (Complexo Pomeri), onde irá cumprir sua pena.
Após a decisão, a mãe de Isabela, Patrícia Guimarães afirmou ter recebido a notícia com tristeza, pois, sua filha está morta, mas aliviada por tirar um peso dos ombros.
“Minha filha está morta, mas [estou] aliviada, certamente, porque tirei dos meus ombros um peso”, disse.
"Mal dormi todos esses dias pensando nesse quando que essa garota seria recolhida pela frieza com que praticou esse crime e pela falta de amor”, completou.
O Caso
As investigações da morte da adolescente Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, chegaram ao fim no dia 3 de setembro. A Polícia Civil entregou o inquérito e indiciou cinco pessoas como responsáveis, sendo três adultos e dois adolescentes.
Uma atuação conjunta da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) e da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), conduzida pelos delegados Wagner Bassi e Francisco Kunzê, concluiu que a morte de Isabele não foi acidente e sim intencional ou no mínimo a adolescente B.O.C. assumiu o risco de matar.
Isabele foi atingida por um disparo no nariz que saiu pela nuca, na noite de 12 de julho, na casa da família Cestari, no condomínio Alphaville I, no bairro Jardim Itália, em Cuiabá. O disparo foi feito por B.
Além da adolescente, foram indiciados o pai dela, o empresário Marcelo Cestari, a mãe, Gaby Cestari, o namorado e o pai do namorado.
Iryna 20/01/2021
Que fique internada os 3 anos. Quem sabe aprenda a ser gente. Obrigada, juíza Cristiane. Que possamos ter ainda esperança na justiça desse país.
1 comentários