JOÃO AGUIAR
DO REPÓRTERMT
A Justiça mandou soltar, nessa segunda-feira (12), Ronaldo da Rosa e o policial militar Marcos Vinícius Pereira Ricardi, acusados de assassinar a enfermeira Zuilda Correia Rodrigues, em Sinop (500 km ao norte de Cuiabá). O crime aconteceu em outubro de 2019.
Ronaldo, marido da vítima, e Marcos Vinícius estavam presos desde o dia 11 de outubro de 2019. Eles são réus por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio, além de ocultação de cadáver.
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A defesa dos réus entrou com um habeas corpus pedindo a soltura dos dois, com a justificativa de que eles estão presos desde o dia do crime e, que o julgamento dos réus já foi remarcado três vezes.
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Conforme o documento, o julgamento popular estava marcado para o dia 28 de agosto deste ano, mas não foi realizado porque o laudo pericial não havia sido concluído. Com isso, foi remarcado para o dia 25 de outubro, mas o laudo foi concluído dois dias antes do tribunal e a defesa não teve antecedência mínima para se manifestar.
A terceira remarcação foi alterada para o dia 10 de novembro, mas novamente não foi realizada. Dessa vez, uma testemunha disse que não poderia comparecer ao julgamento.
Com isso, a defesa alegou que os réus passarão quase quatro anos presos, sem causa atribuível à defesa.
O juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Sinop decidiu acatar parcialmente o pedido da defesa dos réus, porém, eles precisam seguir algumas medidas, como comparecer à Justiça de forma periódica; não manter contato com testemunhas; permanecer em recolhimento domiciliar e utilizar tornozeleira eletrônica.
O Tribunal do Júri está marcado para o dia 28 de março de 2023.
O crime
O crime, segundo a Polícia, foi motivado por discussões constantes entre a enfermeira, o marido e o PM, que era funcionário do casal, pois estava afastado da corporação. Marcos Vinicius confessou o crime.
O casal tinha uma banca de espetos na cidade e o PM fazia bico de entregador. O militar disse que intenção dele e de Ronaldo era ‘dar um susto’ na mulher, simulando um roubo. Em depoimento, o PM disse que a dupla perdeu o controle e acabou matando a enfermeira.
Segundo consta no depoimento, o corpo de Zuilda foi desovado pela dupla em um bueiro e, devido as fortes chuvas, acabou tendo os braços e cabeça decepados.