MÁRIO ANDREAZZA
DA REDAÇÃO
Após o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), por meio da 6ª Promotoria de Justiça Criminal da comarca de Cuiabá, denunciar Marcelo Martins Cestari e Gaby Soares de Oliveira Cestari, pais da adolescente que assassinou Isabele Guimarães, por pelo menos 5 crimes relacionados ao homicídio do dia 12 de julho, a defesa do casal Cestari alega que o MP foi “benevolente” com a família do ‘namorado’ da filha, faz acusações e pede acesso a provas que envolvem a família do rapaz no dia do crime.
Marcelo e Gaby foram denunciados por homicídio culposo, entrega de arma de fogo a pessoa menor, fraude processual e corrupção de menores, sendo que Marcelo responde também por posse ilegal de arma de fogo.
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Já o pai do menor responde por omissão de cautela na guarda de arma de fogo e o adolescente por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo, por ter transitado com as pistolas sem autorização.
No entanto, a defesa dos Cestari alega que o adolescente teria livre acesso ao manuseio de armas de fogo em casa. O advogado juntou ao processo imagens do menor exibindo as armas em punho, na cintura e ainda ressaltou outra fotografia onde o garoto tem uma pistola junto aos materiais escolares em cima da cama. O advogado ainda questionou o motivo de o jovem ter apagado sua conta na rede social Instagram, onde segundo a defesa, ele exibia frequentemente seu acesso às armas.
RepórterMT/Reprodução
Foto, supostamente, publicada pelo namorado da adolescente que matou Isabele Guimarães com tiro no rosto.
A intenção de tais acusações seria para embasar o pedido feito pela defesa à Justiça para que os advogados dos Cestari tenham acesso às imagens do circuito interno de segurança da casa, troca de mensagens e ligações entre o menor e os pais no dia 12 de julho, quando Isabele foi morta. O advogado Arthur Osti pede também o resultado da perícia feita no celular do rapaz, determinada para que fossem recuperados todos os arquivos apagados no dia do crime.
Denúncia do MP
Para embasar a denúncia o Ministério Público ressaltou que Marcelo e Gaby foram omissos e tal atitude contribuiu diretamente para que o homicídio acontecesse, já que os próprios pediram que a filha ficasse responsável por guardar as armas no dia do crime, mesmo a autora do tiro sendo menor de idade.
Outro apontamento foi o fato de Marcelo aceitar a ‘guardar’ a arma do genro para que o menor não corresse o risco de ser pego armado numa blitz policial.
O MP ressaltou também que vídeos feitos pela mãe da menor comprovam que a adolescente tinha acesso às armas em casa, já que como praticante de tiro esportivo, ela poderia ter acesso à pistola somente no clube de tiro, acompanhada de um responsável ou instrutor, apontando mais uma falha na conduta dos pais.
No dia do fato, Gaby ainda alterou a cena do crime ao guardar apetrechos usados na manutenção do armamento que estariam na mesa, quando foi advertida pela equipe do Samu, que fazia o atendimento à Isabele.