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Cuiabá, 05 de Outubro de 2024
05 de Outubro de 2024

05 de Julho de 2023, 20h:35 - A | A

GERAL / MOVIMENTOU R$ 70 MILHÕES

Quadrilha que roubava defensivos agrícolas em MT será julgada em agosto

Magistrado recebeu denúncia do MP e designou audiência de instrução e julgamento

RAFAEL COSTA
DO REPÓRTERMT



Uma quadrilha que movimentou R$ 70 milhões em furtos e roubos de defensivos agrícolas começará a ser processada e julgada pela Justiça de Mato Grosso, nos dias 22 e 23 de agosto. Nestas datas, o juízo da 7ª Vara Criminal de Cuiabá vai colher o depoimento dos réus bem como das testemunhas de acusação e defesa.

O magistrado rejeitou o pedido de improcedência da denúncia, ressaltando que indícios de autoria e materialidade delitiva foram comprovados.

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“Nesse aspecto, a inicial acusatória narra as condutas criminosas imputadas aos acusados com todas as circunstâncias relevantes, de maneira suficiente ao exercício do direito de defesa. Desta feita, rejeito a preliminar suscitada pelo réu”, diz um dos trechos da decisão.

São réus em ação penal a partir da denúncia formulada pelo Ministério Público de Mato Grosso Angelo Henrique Markoski da Cunha, Cassiane dos Reis Mercadante da Silva, Danilo Pereira de Lima, David dos Santos Nascimento, João Nassif Massufero Izar, Nivaldo de Sousa Ramos, Rodrigo Calca, Sandoval de Almeida Júnior, Valdelirio Krug e Viviane Menegazzi. Todos são acusados dos crimes de associação criminosa, receptação qualificada e lavagem de dinheiro.

Investigação

A apuração realizada pela Delegacia de Sorriso identificou que a associação criminosa armada possuía um líder que agia em diversas frentes, especialmente na receptação qualificada de defensivos agrícolas e de cargas de grãos roubados. Além disso, a associação criminosa atuava na lavagem de capitais oriundos de crimes de diversas naturezas.

A investigação apurou ainda que os defensivos agrícolas eram comprados de diversas associações criminosas especializadas neste tipo de atividade criminosa que, depois, eram revendidos a outros receptadores, que figuravam como “consumidores finais”.

A investigação chegou a um dos integrantes do esquema criminoso, identificado como professor de ensino básico. Conforme a declaração dele à Receita Federal, o rendimento bruto do profissional chegava a quase R$ 10 mil mensais.

Contudo, em nome do professor, a investigação constatou que, no período de 38 meses ele, teve creditado em suas contas bancárias a quantia de R$ 6.679.267,51 (seis milhões, seiscentos e setenta e nove mil, duzentos e sessenta e sete reais e cinquenta e um centavos). Ou seja, o rendimento mensal real seria de, aproximadamente, R$ 175 mil, o que foi comprovado que era oriundo de diversas fontes ilícitas, sendo uma delas o comércio ilegal de defensivos agrícolas roubados.

A investigação da Polícia Civil apurou também que o crime de lavagem de dinheiro da organização criminosa teve como outra fonte a compra e venda de automóveis de luxo, por meio de pessoa jurídica.

Um dos investigados trabalhava em uma farmácia e tinha um rendimento mensal declarado o salário de R$ 2.400,00. Porém, ele movimentou em suas contas bancárias a quantia de R$ 1, 446.857,12 milhão e reside em um imóvel no valor de 500 mil reais.

Outra atividade utilizada pelo grupo criminoso para diluir o dinheiro angariado com as atividades ilícitas era a compra e venda de joias. O pequeno volume e alto valor de joias, relógios e diamantes tornaram atrativa a atividade para esquentar seus ativos. Um dos integrantes da quadrilha fazia, periodicamente, a oferta de joias para venda, especificamente para traficantes.

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