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Cuiabá, 24 de Novembro de 2024
24 de Novembro de 2024

13 de Março de 2017, 18h:09 - A | A

JUDICIÁRIO / PARA EMPRESA FANTASMA

Fabris irá depor sobre desvio de dinheiro da Assembleia por emissão de 123 cheques

Os cheqies teriam sido emitidos para uma empresa fantasma, totalizando R$ 1,5 milhão em valores de 1996

ALCIONE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO



Quase dois anos depois de garantir, via requerimento judicial, o direito de ser ouvido somente após o fim da instrução de um processo, o deputado Gilmar Fabris (PSD) foi intimado a prestar depoimento no dia 28 de abril, ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) sobre supostos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

A determinação é do desembargador Pedro Sakamoto. Os crimes teriam sido praticados através da emissão de 123 cheques destinados à uma empresa fantasma em 1996. Os cheques somam mais de R$ 1,5 milhão.

Riva 7ª Vara 24.02.17

A denúncia aponta que Fabris, enquanto presidente, agiu junto a Riva, 1º secertário

À época, o ex-deputado José Riva (PSD) estava à frente da 1ª Secretaria e ordenava as despesas. Fabris era o presidente do Legislativo. O caso foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) em 2005, originando a ação penal de 2009.

Segundo a denúncia da 23ª Promotoria de Justiça de Defesa do Ministério Público, os 123 cheques de conta corrente da Assembleia Legislativa foram sacados e depositados em nome da empresa Madeireira Paranorte e posteriormente sacados na “boca do caixa” por terceiros. A lista de beneficiados incluía gráficas, rádios, jornais, papelarias, agências de viagens, empresas de táxi aéreo e ainda transporte rodoviário.

As investigações do Ministério Público apontaram que a madeireira,considerada fantasma, era administrada por Agenor Jácomo Clivati, servidor com cargo de confiança na ALMT. O filho de Agenor, Djan da Luz Clivati, também era servidor da Assembleia, e teria a função de sacar o dinheiro da conta corrente da empresa e distribuir entre os integrantes da "empreitada criminosa organizada", segundo denúncia do MPE.

No processo, o Ministério Público requer que todos sejam condenados por improbidade administrativa, percam os cargos públicos e sejam obrigados a ressarcir o erário. Todas as testemunhas arroladas pela defesa de Fabris, bem como as de acusação, já foram ouvidas. Falta apenas o interrogatório do deputado.

Os outros três réus respondem a ação na 7ª Vara Criminal, sob a  condução da juíza Selma Regina Santos.

Outro lado

A assessoria de Gilmar Fabris foi procurada para comentar o caso, informou que o deputado está em viagem e que não conseguiu contato. Em outras ocasiões Fabris já havia dito que não tem ligação direta com os fatos e  foi denunciado porque presidia a ALMT naquele período. 

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