ALINE FRANCISCO
DA REDAÇÃO
Os representantes das empresas que participam dos Consórcios Universitário e do Pari responsáveis pelas obras dos Centros Oficiais de Treinamento (COTs) da UFMT, em Cuiabá, e Barra do Pari, em Várzea Grande, trancaram os portões das obras e dispensaram os funcionários até a próxima segunda-feira (14). Pelo menos esta é a denuncia dos operários que trabalham no local.
Com isso, 100% das obras estão paradas em ambos os COTs. E como as empresas ainda não se posicionaram diante da greve dos operários, a manifestação segue sem previsão de término.
De acordo José Antônio Jacinto, encarregado de carpintaria do COT da UFMT, a ação é na verdade uma reação à greve deflagrada pela categoria nesta quarta-feira (09). “Decidimos cruzar os braços para reivindicar nossos direitos. E desde ontem [quarta-feira] alguns funcionários já haviam sido dispensados do trabalho, até para evitar a aglomeração de pessoas em frente da obra”, explica.
“Vamos aguardar até a segunda-feira, caso os empresários não firmem um acordo com a categoria, vamos ingressar na Justiça com uma ação coletiva pedindo para que os contratos sejam rompidos e o direito dos trabalhadores seja pagos corretamente”, explica José Antônio.
Os operários decidir iniciar a greve para pressionar os empreiteiros quanto ao pagamento dos salários referentes ao mês de junho, quando os operários, que trabalham pelo Consórcio Universitário – formado pelas empresas Engeglobal e Três Irmãos – assinaram os holerites e os salários não foram creditados. Também foi identificado a falta de pagamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). “Somente eu tenho R$ 6 mil descontados de FGTS e apenas R$120 depositados. Isso é um absurdo, uma falta de respeito com as pessoas”, relatou anteriormente, ao RepórterMT, José Antônio.
José Antônio explicou ainda que 28 carpinteiros continuam empregados na obra, apesar de não terem mais serviço, passando o dia todo desocupados, uma estratégia para pressioná-los a pedir demissão, já que a empresa se recusa a dispensá-los. “Trabalhamos certinho e o nosso direito é receber certo. Estão forçando uma situação justamente para fazer esses profissionais pedirem conta”.
A atitude dos empreiteiros, somado com a greve dos operários, 100% das obras estão paradas em ambos os COTs. E como as empresas ainda não se posicionaram diante da greve dos operários, a manifestação segue sem previsão de término.
SECOPA
A Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que a greve está sendo acompanhada de perto, mas não há previsão de interferir na negociação.
O prazo contratual para que as obras dos COTs fossem concluídas é dia 31 de agosto, quase dois meses e meio após os jogos da Copa do Mundo serem realizados em Cuiabá.
OUTRO LADO
A Reportagem tentou contato novamente com a empresa Engeglobal, que faz parte dos Consórcios Universitário e do Pari, mas foi informada que os diretores responsáveis pelas informações, não estavam na empresa no momento e a assim que retornassem entrariam e contato. Mas, até o fechamento deste material não houve retorno.
GREVE ANTERIOR
Em março deste ano, 190 operários, que trabalhavam na obra na época, decidiram deflagrar um movimento grevista contra as péssimas condições de trabalho no campus da obra.
A situação já havia sido denunciada no mês de fevereiro pelo Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM), e encaminhada ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).
De acordo com informações dos trabalhadores, os banheiros estão entupidos, não há água no bebedouro, e os salários deste mês estão atrasados. Eles reclamam ainda do não fornecimento de vales e passe de ônibus, e alegam que o Consórcio responsável pela obra não apresenta qualquer solução para o impasse. A obra está sendo executada pelas empresas Engeglobal e Três Irmãos.
Os operários listaram vários itens que estão irregulares, entre eles falta de vasos sanitários, de chuveiros e de armários suficientes para atender aos operários; alimentação servida em marmitex em quantidade insuficiente para a maioria deles; cartão de ponto 'batido' por terceiros e não pelo próprio trabalhador e a existência de apenas um relógio de ponto, o que provoca enormes filas e desconforto. Também há reclamação sobre falta de repasse de vale combustível e de adiantamento quinzenal, quando solicitados, e sobre a má qualidade da água servida no local.
Outra denúncia é quanto as horas extras não contabilizadas. De acordo com relatos dos operários, o final do expediente está sendo registrado às 16 horas nos cartões de ponto, mas todos trabalham até as 19 horas. A denúncia apontava ainda que a empresa não estava depositando o FGTS.
Ricardo 10/07/2014
Esse será o legado da copa. A trincheira do verdao o asfalto ja começou a afundar. O viaduto Orlando Chaves ainda inacabado, faltando iluminação e as cabeçeiras se acabar com risco de alguem cair com o carro. As obras do VLT todas paradas, na fernando corea com a beira rio sumiu todo mundo antes da copa. Trincheira do Santa Rosa parada. Estrada do moinho parada Será que retomarão as obras na chuva?????? Para assim pedir aditivos?????? Como votar nos 2 candidatos do governo se ainda continuam as mentiras e fazendo o povo cuiabano de trouxa!!!!!!!!!!!!
thiago andre de arruda nogueira 10/07/2014
dizem por ai, que todas as obras da copa irão ficar como estão, alguns empregados do consorcio vlt já estão com medo que as empresas simplesmente desapareçam. caso isso aconteça não será novidade, mas quem perdera com isso não e somente os trabalhadores mas sim o município estado.
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