ULISSES GARCIA NETO
Em tempos de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário. A verdade, como adequação do pensamento à realidade, serve apenas para afirmar o distanciamento de pronunciamentos e narrativas criadas para sustentar a ideologia de alguns em detrimento da verdade que os incomoda.
“Não se acaba jamais de procurar a verdade, porque algo de falso sempre se pode insinuar, mesmo ao dizer coisas verdadeiras. De fato, uma argumentação impecável pode basear-se em fatos inegáveis, mas, se for usada para ferir o outro e desacreditá-lo à vista alheia, por mais justa que pareça, não é habitada pela verdade. A partir dos frutos, podemos distinguir a verdade dos vários enunciados: se suscitam polêmica, fomentam divisões, infundem resignação ou se, em vez disso, levam a uma reflexão consciente e madura, ao diálogo construtivo, a uma profícua atividade” (Papa Francisco).
Tenho acompanhado atônito a, com certeza, prematura pré-campanha às eleições da OAB/MT, e não pude deixar de refletir sobre o que de fato é verdadeiro, e o que até aqui não se apresenta crível.
É verdade que as emoções, paixões e ideologias podem colocar frequentemente a verdade em segundo plano, mas o que temos acompanhado desde o início desse processo chega a ser assustador. Lealdade, honra, e até mesmo liberdade de expressão são conceitos utilizados unicamente com a finalidade de sustentar ou gerir determinados discursos, alguns permeados por histórias quase cinematográficas e fake news, aceitáveis apenas por pequenos grupos que desconhecem a realidade.
Parafraseando um colega advogado que se retirou da coordenação de um desses grupos, “o poder não me envaidece”, e de fato não deveria ser motivo para qualquer candidatura, especialmente em uma entidade de classe cujos interesses primários transcendem toda a sociedade. As pautas da verdadeira advocacia são perenes, de lutas constantes, como a duração razoável do processo, as prerrogativas institucionais e a justa remuneração em honorários.
No atual cenário, a verdade há de se revelar, e nossa presidente terá a oportunidade de mostrar o árduo e justo serviço prestado, fato que me levou a mudar de posição e estar ao seu lado. Malgrado as fake news e as narrativas criadas, tenho esperança de que a verdade prevalecerá.
Nunca o interior foi tão valorizado, sendo evidente que a independência financeira das subseções, construções de novas sedes e novos espaços para os advogados, além dos mais de 340 eventos jurídicos e 18 pós-graduações oferecidos pela ESA em convênios com universidades públicas e privadas, e a atuação das comissões, tornaram visíveis as realidades e dificuldades de nossa classe no interior.
As defesas das prerrogativas e honorários se fizeram presentes de maneira árdua e pujante, inclusive com embates criados diante de falhas técnicas de gestões anteriores.
A paridade de gênero finalmente foi efetiva tanto nas comissões quanto na lista sêxtupla para o quinto constitucional. A jovem advocacia foi acolhida e recebeu o suporte indispensável para o início da jornada quase que sacerdotal que é a advocacia.
Enfim, tudo isso e muito mais, que será exposto à classe a seu tempo, credenciam a honrosa e leal advogada Gisela Cardoso a buscar a justa reeleição na condução de nosso órgão de classe.
A realidade é mais importante do que a ideia, e a verdade é que temos uma presidente que promoveu uma gestão de mudança, agregadora e incansável na defesa das prerrogativas dos advogados, talvez por isso os injustos ataques apócrifos que tem sofrido. Tudo além disso não passa de uma tentativa fútil e desesperada de construir um discurso e narrativa para desmerecer quem de fato possui uma vida profissional digna e pautada na defesa da classe.
Que possamos construir pontes em uma campanha séria e propositiva, pautada em princípios éticos e morais que representem a verdade, e possamos ser reconhecidos pela sociedade como a classe que luta pelas garantias de todos os cidadãos.
Adiante ORDEM, a verdade é um ato revolucionário.
*Ulisses Garcia Neto é Advogado e Professor Universitário.