RAFAEL SILVA
O ritmo acelerado das mudanças tecnológicas está impactando cada vez mais a dinâmica dos ambientes empresariais e tornando a gestão de riscos corporativos um componente crítico para o sucesso das organizações. Identificar, avaliar e mitigar riscos deixou de ser apenas uma prática recomendada para se tornar uma necessidade estratégica, com impacto direto na eficiência operacional e na sustentabilidade dos negócios a longo prazo.
Entre os principais desafios enfrentados por médias e grandes empresas na gestão de riscos em um mundo hiperconectado estão as questões financeiras, operacionais e de controle de dados. Inspeções irregulares, relatórios manuais e a ausência de sistemas centralizados para coleta de dados frequentemente resultam em uma gestão reativa, na qual os problemas são tratados apenas após a ocorrência. Isso não só aumenta a probabilidade de não conformidades, como também compromete a segurança e a eficácia operacional.
Uma abordagem eficaz para superar esses desafios envolve o uso de tecnologias de ponta, que ajudam a proteger a organização e promover uma cultura de segurança e responsabilidade. Uma das tendências mais relevantes na gestão de riscos é o monitoramento contínuo e centralizado das informações, proporcionando uma visão holística e integrada dos riscos enfrentados pela organização. A antecipação de ocorrências e a velocidade de resposta tornam-se diferenciais críticos de uma gestão proativa em comparação com abordagens tradicionais e reativas. Para isso, tecnologias de análise de risco têm se mostrado indispensáveis, permitindo identificar, avaliar e mitigar riscos de forma efetiva.
A mensuração de incertezas também é fundamental, pois possibilita às empresas compreender a probabilidade e o impacto de eventos de risco, tomando decisões informadas com base em dados confiáveis.
Aliada à tecnologia, a gestão de riscos permite a criação de checklists que otimizam a eficiência e a produtividade. Além disso, a capacidade de registrar e reportar condições em tempo real oferece uma resposta rápida a não conformidades, reduzindo possíveis impactos.
Além dos avanços tecnológicos, mudanças legislativas e regulatórias têm ampliado a relevância da gestão de riscos nas empresas brasileiras. Normas como a ISO 31000, que fornece diretrizes para a gestão de risco, enfatizam a necessidade de identificar e avaliar riscos antes da tomada de decisões estratégicas. A integração de práticas de gestão de risco com sistemas de gestão da qualidade, como a ISO 9001, é igualmente essencial para garantir a continuidade das operações e a satisfação dos clientes.
A ISO 31000 define o risco como a “incerteza que pode afetar o alcance dos objetivos” e reforça a importância de avaliar os riscos antes de decisões estratégicas. A adesão a essas normas e certificações não apenas assegura que os sistemas de gestão da qualidade promovam uma gestão de risco eficiente — com identificação de riscos potenciais, medidas preventivas e avaliações regulares —, mas também estabelece um alicerce para uma cultura organizacional sólida, pautada em ética, transparência, compliance e responsabilidade.
Essa abordagem proativa, integrada e sustentada por tecnologia moderna, protege os ativos mais valiosos e oferece uma vantagem estratégica: a capacidade de transformar desafios em oportunidades, consolidando a liderança nos mercados em que atua.
Rafael Felipe da Silva, Product Owner de Gestão de Acesso e Segurança na Senior Sistemas