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Cuiabá, 26 de Dezembro de 2024
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02 de Outubro de 2013, 16h:39 - A | A

OPINIÃO / CRÍTICA POLÍTICA

Brasil, uma fábrica de partidos

Usando um velho ditado popular podemos dizer que já temos mais partidos políticos que “filhos de rato” ou seriam “ratos” criando partidos?

JOÃO EDISOM



Nos ventos das ruas do mês de junho de 2013 e a beira de uma eleição para eleger deputados estaduais, federais, senador e presidente da República (em outubro de 2014), o Brasil também se especializa em criar partidos. Usando um velho ditado popular podemos dizer que já temos mais partidos políticos que “filhos de rato” ou seriam “ratos” criando partidos? Criam ao seu bel interesse porque não tem interesse em nada mais que a manutenção de seus folgados “empregos” e “mamatas propiciadas pelo poder constituído”. Já são mais de três dezenas de partidos. São tantos que apenas uma pessoa obsessiva seria capaz de lembrar o nome de todos. No país dos “políticos inventados” nada mais lógico e normal que cada “cacique” de personalidade prepotente, egoísta e individualista tenha sua própria sigla partidária, assim não divide decisões e poder com ninguém. Mas fica a pergunta: isso é partido político?

Partido Político, do latim partis; é como se fosse uma “fatia de pizza” da sociedade; é uma forma de organização de um grupo social “parte da sociedade” que se propõe a organizar, coordenar e instrumentalizar a vontade popular com o objetivo de exercer influência sobre a orientação política do país ou de assumir o poder e realizar seu programa de governo que atenda parte ou a maior parte da sociedade.

No aspecto jurídico podemos caracterizar como uma organização de direito privado que, no sentido moderno da palavra, pode ser definido como uma "união voluntária de cidadãos com afinidades ideológicas e políticas, organizada e com disciplina, visando a disputa do poder político". Deixando bem claro união voluntária e não de cabresto.

Em sua origem lá na Grécia e Roma antigas, dava-se o nome de partido a um grupo de seguidores de uma ideia ou doutrina, mas foi só na Inglaterra, no século XVIII, que criaram pela primeira vez, instituições de direito privado, com o objetivo de congregar partidários de uma ideia política: o partido Whig e o partido Tory.

Podemos caracterizar estes grupos de interesses em três grandes pilares que são os filosóficos, ideológicos e estruturalistas, sendo assim o normal é que os partidos agreguem pessoas de pensamentos similares por isso terminologias tais como: partido verde aos ambientalistas, partido comunista; socialista; republicano; democrata, ou segmentados por defesa da função gênero ou ideologias especificas tais como cristão, trabalhista, trabalhadores ou operário. Fora isso é difícil caracterizar partido de cunho legítimo. Podem até ser legal, mas jamais serão de bem social.

Políticos que reclamam incompatibilidade ou falta de “espaço” no grupo como argumento para mudar de sigla ou para criar nova sigla partidária é porque está fora da realidade do partido e não representa mais ninguém ou é incompetente para dialogar além de seus próprios interesses. O velho chavão “soldado do partido” é pura falácia, ir para o sacrifício em nome do grupo político fisiológico não fazem. Ao contrário, mudam de sigla para não perder as mamatas e benesses do poder.

As diversas siglas partidárias que nascem sem nexo ideológico e desconexas do conhecimento do povo brasileiro é a prova inequívoca do analfabetismo, da pobreza e da “esperteza” dos degradadores da moral política. São estereótipos e pseudo representantes que apenas maculam e envergonham a pátria dos homens éticos. É daí que nascem as casas dos horrores, os congressistas mensaleiros, os sanguessugas e tantos outros assim. Partidos que já nascem para coligarem, para fazerem alianças, para concordar com partido A ou B. Pergunto: por que seus representantes já não se filiam ao partido que vão apoiar.

No país das trinta e tantas siglas partidárias, o que falta não é partido político; o que falta é político politizado, ético, com moral e conhecimento do seu verdadeiro papel. Pois aqui por estas terras brasilis sobram siglas, sobram espertalhões que em nome de seus lucros individuais e dos seus egos inflados surrupiam a sociedade. E em detrimento da sociedade são promotores da desgraça moral. Da sociedade sugam, destroem e infantilizam a já combalida política brasileira.

Em nome dos fundos partidários, em nome das barganhas e lucros de venda de horário nas tv´s e rádios fazem qualquer negócio que trazem lucros aos seus “donos”. Enquanto isso nossa vergonha e prejuízo aumentam na mesma proporção do aumento das tais malfadadas siglas partidárias em sua grande maioria filiais ou agregadas das velhas práticas e mal sucedidas políticas. São as mesmas velhas raposas que as custa do sangue e o do suor do contribuinte brasileiro irão amanhã negociar no balcão das velhas e malfadas coligações. Portanto temos novas siglas e velhas vergonhas.

 

* JOÃO EDISOM DE SOUZA é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso e colaborador de HiperNotícias.

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