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Cuiabá, 06 de Novembro de 2024
06 de Novembro de 2024

05 de Fevereiro de 2012, 08h:26 - A | A

OPINIÃO / GABRIEL NEVES

Rosas da Chapada

GABRIEL NEVES



Um pedacinho do céu  pousou na terra por problemas técnicos.

Na ocasião, sobrevoava Cuiabá e, por erro de cálculo, caiu num altiplano sem água, que mais tarde recebeu o nome de Chapada dos Guimarães.

Esquecida durante séculos, aos poucos foi sendo descoberta pela curiosidade dos cuiabanos em desvendar as suas belezas naturais.

A sua altitude, de clima diferenciado, com predominância das correntes gélidas que vêm da Cordilheira dos Andes, dão um aspecto de cidade não tropical de clima tórrido.

A linda e tortuosa subida da serra, com suas fantásticas quedas de águas, logo foram batizadas com o nome de Salgadeira e Véu da Noiva, que fica no Portão do Inferno - o seu cartão de visitas.

A enorme cratera, de um cenário invejável, muitos séculos atrás foi mar. Nas suas rochas foram encontradas inscrições dos fenícios, exímios navegadores e comerciantes.

A Chapada é uma terra que atrai turistas de todas as preferências. Desde os estudiosos arqueólogos, místicos, poetas, músicos, religiosos, fotógrafos, artistas plásticos, naturalistas, até os apreciadores do ócio.

Como é bela esta cidadezinha! Com sua igrejinha - de mais de duzentos anos -, sua vegetação exuberante e exótica, seus pássaros multicoloridos, seu clima agradável e um quê de místico no ar, é um convite ao relaxamento e à meditação.

Chapada inspiradora e dos suspiros profundos - de difícil interpretação. Cidade do amor à primeira vista, dispensando a sempre presente paixão-aperitivo.

Tudo na Chapada é rápido e direto, onde decisões tomadas jamais causaram arrependimento. As coisas da Chapada me fazem cair de amores, como em um reflexo condicionado.

Neste Natal, um amigo me mostrou a coleção de rosas que nasceu no quintal de sua casa em Chapada. Além daquelas de coloração tradicional, uma infinidade de combinações de cores, construíram um cenário dos céus.

Rosas de cores fortes, mescladas, e algumas, de tão suaves na sua tintura, pareciam desbotadas. Rosas com vida, dando razão ao poeta do povo que conversava com elas e sentia o perfume que trazia da pessoa amada.

Rosas, rosas e rosas. Há necessidade de continuar tentando descrever a sua beleza. Silêncio. Quero olhar calado, acionar todos os meus neurônios e pensar. Pensar sobre o mistério da beleza das rosas da Chapada.

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