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Cuiabá, 21 de Dezembro de 2024
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21 de Abril de 2022, 18h:05 - A | A

PODERES / TRÁFICO INTERNACIONAL

Além de doleira, lobista envolveu namorada, esposa e ex em esquema

Segundo as investigações, as mulheres eram usadas para lavagem do dinheiro do tráfico de drogas

EUZIANY TEODORO
DO REPÓRTERMT



O lobisa Rowles Magalhães da Silva, investigado por tráfico internacional de drogas na Operação Descobrimento, deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira (19), usava não apenas uma, mas quatro mulheres com quem mantinha um relacionamento amoroso em seu esquema.

Segundo a Polícia Federal, uma delas era a esposa, identificada pelas iniciais J.M.G., que seria usada pelo marido para lavagem de dinheiro oriundo do tráfico. A PF chega a dizer que ela seria "uma espécie de laranja" para Rowles.

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Consta que o lobista teria comprado um imóvel em nome dela, além de ter usado contas bancárias também em nome da esposa para movimentação de cifra milionária. De acordo com o relatório, de março de 2020 a março de 2021, J. teria movimentado R$ 3.955.662,00, o que foi considerado atípico em razão do perfil da investigada. Além disso, ela também recebia transferências bancárias frequentes, realizadas a pedido de Rowles.

"Chama atenção o fato do cadastro de J. junto ao Banco constar que ela é aposentada ou pensionista com rendimentos de R$3.157,67", informou a PF. Segundo análise do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), J. seria aposentada ou pensionista da Polícia Federal da Bahia, onde as investigações ocorreram.

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Uma comissária de bordo identificada como K.S.T., de 25 anos, também é apontada como namorada de Rowles. Consta que ela o acompanhava em viagens internacionais e recebia muitos presentes caros, como joias, além de receber auxílio financeiro do lobista para se manter em São Paulo, onde mora. 

De acordo com a PF, K. recebia frequentemente transferências bancárias de valores altos, sendo que foi identificado que um dos membros da organização criminosa fez ao menos três transferências para ela, que, juntas, somam R$ 73,5 mil. 

A ex-esposa de Rowles, M.M.C., também foi investigada pela Polícia Federal. Segundo os agentes, M. continua sendo auxiliada financeiramente por ele e, em compensação, fica responsável pela guarda de dólares do lobista. O dinheiro seria, segundo as investigações, fruto do tráfico internacional de drogas.

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A outra mulher identificada no esquema, e que participava ativamente da organização criminosa, é a doleira Nelma Kodama. Conforme as investigações, a doleira, que era uma das responsáveis pela compra das drogas com os fornecedores para o tráfico, mantinha um caso amoroso com Rowles Magalhães desde 2019 e tinha seu contato salvo na agenda do lobista como "PAIXÃO ILIMITED". 

Os relatos apontam que ela chegava a ceder a casa para Rowles ficar, e que tinha relação direta com os fornecedores das drogas. Há relatos de que Nelma teria, em determinada ocasião, sido "aprisionada" como garantia de que as drogas seriam entregues em Portugal.

Todas as mulheres, além de alvos da investigação, foram alvos de pedidos de prisão preventiva. Com exceção de Nelma, que de fato foi presa, todas as demais tiveram mandados de busca e apreensão cumpridos, com autorização do juiz Fábio Roque da Silva Araújo, da 2ª Vara Federal da Bahia. Ao todo, 43 mandados foram cumpridos na terça-feira, sendo 7 de prisão preventiva.

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