APARECIDO CARMO
DO REPÓRTER MT
O vereador afastado Chico 2000 (PL) nega ter praticado qualquer ato de corrupção no período em que presidiu a Câmara de Cuiabá. A declaração foi feita à imprensa nesta terça-feira (29), do lado de fora do prédio da Câmara.
"Para falar é só abrir a boca. Tem que provar. Aqui tem câmera e quem entra e quem sai está registrado aqui", pontuou.
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Chico foi um dos alvos da Operação Perfídia, que apura suposto esquema de corrupção que envolveria também o vereador Sargento Joelson (PSB), na liberação de autorizações para as obras do Contorno Leste, em Cuiabá. Entre as medidas cautelaras determinadas pela juíza Edina Ederli Coutinho estão o afastamento do cargo por tempo indeterminado e a proibição de frequentar a Câmara.
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“Eu só temo a Deus, a mais ninguém. E vou repetir: quem não deve, não teme”, disse quando questionado se teria medo de ser preso.
“Vejo [o afastamento] como medida desproporcional e se vocês tiverem acesso à decisão que culminou nesse afastamento, vocês verão que ela é desproporcional. No entanto quero deixar claro que decisão judicial a gente discute no Judiciário”, afirmou.
Chico, que teve o celular apreendido pelos policiais, disse que acompanhou a devassa em seu gabinete a pedido dos agentes. Apesar disso, conforme o parlamentar afastado, nada foi levado.
Entenda
Chico 2000 e o Sargento Joelson são acusados de cobrar propina de uma empresa responsável pelas obras do Contorno Leste, em Cuiabá. Obra realizada na gestão Emanuel Pinheiro.
Conforme as investigações, que tiveram início em 2024, os vereadores teriam solicitado propina a um funcionário da empresa responsável pela execução das obras. O pagamento seria uma condição para a aprovação de matéria legislativa que possibilitou o recebimento de pagamentos devidos pelo município à referida empresa no ano de 2023.
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Uma parte dos valores foi depositada em conta indicada por um dos vereadores, e há indícios de que a outra parte tenha sido paga em espécie ao parlamentar, no interior de seu gabinete na Câmara, onde as negociações teriam ocorrido.
Além dos vereadores, foram alvos de busca e apreensão o dono da empresa e mais dois funcionários.