APARECIDO CARMO
DO REPÓRTER MT
Em seu depoimento para a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Cuiabá, nessa quinta-feira (22), a ex-chefe de gabinete da vereadora Edna Sampaio (PT), Laura Abreu, confirmou que foi demitida porque ficou grávida. Segundo relato aos vereadores, a parlamentar teria lhe dito que sua gravidez "custaria muito ao mandato".
Edna Sampaio é investigada por um suposto esquema de rachadinha por fazer a ex-chefe de gabinete devolver a verba indenizatória de R$ 5 mil, que pertencia a ela, para supostamente ajudar a arcar com as despesas de gabinete. Em seu depoimento, Laura Abreu disse que o marido de Edna, William Sampaio, é quem coordenava a gestão do dinheiro.
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Laura disse que sua exoneração ainda é um tema delicado, ressaltou que nunca pediu para trabalhar com Edna e que foi ela quem a convidou. Que durante o período em que atuaram juntas, nunca tiveram problemas, mesmo ela se considerando “inexperiente” para o cargo.
Contudo, isso mudou quando, em novembro de 2022, a então chefe de gabinete descobriu que estava grávida.
“A princípio ela não falou nada, ela não demonstrou achar ruim, não demonstrou que aquilo era algo que podia prejudicar ela. Não, ela me acolheu muito bem a princípio. Mas aí foi passando os dias eu estava já com dois meses de gestação, umas oito semanas, quase dois meses, e aí eu estava sofrendo muito com enjoo, estava sofrendo muito com enjoo, náusea, fiquei fraca, não conseguia comer, não conseguia beber água e isso prejudicou o meu trabalho”, contou.
“Só que eu fiquei muito incomodada com isso e eu chamei a Edna para conversar justamente para eu me desculpar, falar assim: ‘Não Edna desculpa por eu não estar entregando 100% como eu gostaria por conta dessa condição que eu estou agora’”, relatou.
O que Laura não esperava era que seria demitida. E que a vereadora admitiria que a demissão se dava por conta da sua gravidez.
“Ela falou para mim que não teria condições de ficar comigo porque ela é mãe de três filhos, ela sabe como é estar grávida, que a minha condição iria custar para o mandato dela. Eu não estou mentindo, ela falou isso para mim, que a minha condição iria custar muito para o mandato dela porque ela tem dois anos de mandato e ela precisava de alguém que pudesse se dedicar integralmente, que pudesse se doar 100% e na condição em que eu estava aquilo não era possível”, disse aos vereadores.
Laura é servidora da Educação Municipal e foi cedida para trabalhar na Câmara, Com Edna. Quando soube da demissão, ainda questionou a vereadora sobre como criaria os dois filhos voltando a ganhar os R$ 1.500 da Prefeitura Municipal.
“Ela falou para mim ‘Laura, é muito difícil para mim fazer isso, mas infelizmente não tem como continuar’. E eu falei para ela assim, ‘Edna como eu vou fazer? Não foi uma gestação planejada, foi uma gestação que aconteceu’. E eu falei assim ‘Edna, como eu vou fazer para sustentar dois filhos com R$ 1.500 da Prefeitura, como eu vou fazer para fazer o enxoval desse bebê com R$ 1.500?’”, relatou.
“Ela falou para mim que eu sabia que isso aqui era temporário, que eu sabia que isso era momentâneo e que a minha situação financeira não era um problema que ela tinha que resolver”, disse.
Por conta da demissão de Laura, autorizada pela Presidência da Câmara Municipal, a Casa teve que pagar cerca de R$ 70 mil reais referentes aos direitos trabalhistas da servidora durante todo o período de gestação e licença maternidade.
Reghis 23/06/2023
Os socialistas são assim mesmo: faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço. Eles adoram gastar dinheiro… dos outros é claro em especial o dinheiro público. Socialistas adoram se intitularem donos das pautas populistas e das ditas minorias: mulheres, negros, homossexuais, florestas e etc. Na prática é assim que se comportam, como a nobre Vereadora. Não é preciso muito conhecimento para saber que mulheres grávidas não podem ser demitidas. Não pode também, usar a verba de gabinete para outros escusos fins. Sinto muito, mas neste caso só a cassação repõe a normalidade.
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