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Cuiabá, 25 de Novembro de 2024
25 de Novembro de 2024

23 de Junho de 2023, 13h:00 - A | A

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Ex-chefe de gabinete diz que implorou à vereadora Edna para não ser demitida por estar grávida

Edna Sampaio demitiu servidora porque ela estava grávida e fez Câmara Municipal arcar com gastos trabalhista de cerca de R$ 70 mil.

APARECIDO CARMO
DO REPÓRTER MT



A ex-chefe de gabinete da vereadora Edna Sampaio (PT), Laura Abreu, chorou durante seu depoimento na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar e contou como chegou a implorar para a parlamentar para permanecer no emprego. Segundo Laura, Edna disse que “não era um problema que ela tinha que resolver”. (Veja a declaração em vídeo abaixo)

Edna é investigada por um suposto esquema de rachadinha por obrigar Laura a devolver a verba indenizatória de R$ 5 mil pelos quase cinco meses em que trabalharam juntas na Câmara Municipal. Segundo o depoimento de Laura, o marido de Edna, Willian Sampaio, era o responsável pela gestão do dinheiro.

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“Eu falei para ela assim:‘Edna como eu vou fazer? Não foi uma gestação planejada, foi uma gestação que aconteceu’. E eu falei assim: ‘Edna, como eu vou fazer para sustentar dois filhos com R$ 1.500 da Prefeitura, como eu vou fazer para fazer o enxoval desse bebê com R$ 1.500?’. Ela falou para mim que eu sabia que isso aqui era temporário, que eu sabia que isso era momentâneo e que a minha situação financeira não era um problema que ela tinha que resolver”, contou a ex-chefe de gabinete aos vereadores, durante depoimento à Comissão de Ética.

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Segundo Laura, a vereadora deixou claro que sabia o que é estar grávida porque teve três filhos e que precisava de alguém que pudesse se dedicar integralmente ao cargo.

“Ela falou para mim que não teria condições de ficar comigo porque ela é mãe de três filhos, ela sabe como é estar grávida, que a minha condição iria custar para o mandato dela. Eu não estou mentindo, ela falou isso para mim, que a minha condição iria custar muito para o mandato dela porque ela tem dois anos de mandato e ela precisava de alguém que pudesse se dedicar integralmente, que pudesse se doar 100% e na condição em que eu estava aquilo não era possível”, contou.

Por conta da demissão de Laura, autorizada pela Presidência da Câmara Municipal, a Casa teve que pagar cerca de R$ 70 mil reais referentes aos direitos trabalhistas da servidora durante todo o período de gestação e licença maternidade.

Em seu depoimento, Laura Abreu disse que, no período em que trabalhou no gabinete da parlamentar, por cerca de cinco meses, recebia cobranças constantes do marido da vereadora para realizar as transferências da Verba Indenizatória, que segundo a lei, deveria ficar com ela.

“Conforme tem os prints de WhatsApp, ele passava a conta que era pra ser transferida e ele me perguntava se o relatório de V.I. já tinha sido feito, se já tinha caído dinheiro na conta, se já tinha transferido para a conta da Edna. Caso tivesse caído era para transferir para a conta que ele mandava, que era em nome da vereadora Edna”, disse Laura.

Laura relatou aos parlamentares presentes da sessão que, enquanto esteve trabalhando no gabinete da vereadora, não sabia que a Verba Indenizatória compunha parte dos seus proventos pessoais. Desde sempre foi orientada a devolver o dinheiro para os gastos do “mandato coletivo” de Edna Sampaio.

“Lá no gabinete eles tratavam essa VI como 'VI do gabinete'. Em nenhum momento falava que era a VI do chefe de gabinete, que era uma ajuda de custo, que era pra custear os gastos em decorrência do cargo de chefe de gabinete. Em nenhum momento isso foi explicado para mim”, disse.

 

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