APARECIDO CARMO
RAFAEL COSTA
O senador Jayme Campos (União) voltou a detonar a possibilidade de a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) demarcar uma nova Terra Indígena na região da divisa de Mato Grosso com o estado do Pará. Em conversa com o RepórterMT, o parlamentar disse que a medida nada mais é do que uma ação “de ongs que estão a serviço de outros países”.
A proposta é que 362.243 hectares entre os municípios de Vila Rica, Santa Cruz do Xingu, em Mato Grosso, e São Félix do Xingu, no Pará, deem origem à Terra Indígena Kapôt Nhĩnore.
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O local passaria a ser habitado exclusivamente por aproximadamente 60 indígenas. Para isso, contudo, cerca de 200 propriedades rurais, a maioria no estado de Mato Grosso, seriam desapropriadas.
Tem 60 índios, para colocar em 360 mil hectares. Isso não passa (de ação) dessas ongs que estão a serviço de outros países
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“É inconcebível, as pessoas estão lá há muito mais de trinta anos nessas propriedades, produzindo, todos com escrituras públicas, documentadas, e agora sem nenhum motivo dizer que... diz que tem 60 índios, para colocar em 360 mil hectares. Isso não passa (de ação) dessas ongs que estão a serviço de outros países”, disse.
Segundo o senador, se o Executivo Federal ir adiante na demarcação do território, ele vai apresentar um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para tornar a medida sem efeito.
“Nesse caso, você faz um decreto através de um PDL e nós suspendemos o decreto do Executivo”, explicou.
A bancada federal de Mato Grosso, formada pelos três senadores e oito deputados federais, deverá se reunir com o governador do estado, Mauro Mendes (União), e com representantes dos produtores rurais da região para definir qual será a estratégia frente à possibilidade de demarcação.