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Cuiabá, 18 de Outubro de 2024
18 de Outubro de 2024

18 de Outubro de 2024, 12h:33 - A | A

PODERES / DEU NA VEJA

Mensagens de Zampieri levam Coaf a detectar movimentações financeiras envolvendo ministro do STJ

O ministro negou que faça parte de qualquer esquema e destacou atuação de mais de 40 anos magistratura.

DO REPÓRTERMT



O Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações financeiras atípicas envolvendo o ministro Paulo Moura Ribeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com recursos oriundos de suposto esquema de venda de sentenças descoberto a partir de mensagens no aparelho celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro do ano passado, em Cuiabá. As informações são da revista Veja, que circula nesta sexta-feira (18).

Em entrevista para a revista Veja, o ministro negou ter recebido qualquer repasse de lobistas envolvidos no suposto esquema. "Nunca houve nenhuma transação, o que é isso? Não tenho negócio nenhum, nenhum, nenhum. Tenho quase 42 anos de magistratura, nunca aconteceu nada comigo”, disse.

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Na semana passada, a publicação já havia revelado que o caso tinha sido remetido para o Supremo Tribunal Federal (STF) por ter alcançado uma autoridade com foro privilegiado. Agora, a publicação dá nomes aos bois. Os recursos teriam sido transferidos para o ministro pelo lobista Andreson Gonçalves.

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Com o envio do inquérito para o STF, caberá aquela corte definir se a investigação prossegue ou não. Até lá, tudo o que se pode dizer sobre o caso está no campo das suposições.

A repórter Laryssa Borges, que assina a matéria da Veja, também procurou o Andreson, que também negou envolvimento no suposto esquema. “Não existe este depósito. Estão me colocando como o maior vendedor de sentença do Brasil. Não conheço, não vi, nunca estive com ninguém do STJ, com nenhum chefe de gabinete, com nenhum assessor, com nenhum ministro, com ninguém”, afirmou.

Reprodução

zampieri

 

A revista diz ter tido acesso à íntegra do material extraído do telefone de Zampieri e garante que o conteúdo mostra o contrário.

“Os diálogos e os documentos recuperados mostram que havia negociações para que casos envolvendo interesses milionários fossem postergados pelo tribunal, manipulação de mandados de buscas e apreensões, vazamento de pedidos de prisão e até rascunhos de decisões que, a depender do avanço das negociatas, poderiam se materializar ou simplesmente desaparecer sem deixar vestígio”, diz a reportagem.

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Em uma troca de mensagens entre Adreson e Roberto Zampieri divulgada por Veja, consta a seguinte mensagem enviada ao advogado que atuava em Cuiabá: “Manda ele pagar o da Gallotti que já resolveu”. Conforme a revista, a frase faria referência a um servidor lotado no gabinete da ministra Isabel Gallotti, do STJ.

Em outra conversa, Zampieri recebe de Adreson decisões dos gabinetes de Moura Ribeiro e Og Fernande, também ministros do STJ. A matéria também cita decisão do ministro João Otávio de Noronha, na época em que presidia o STJ.

Até o momento, as mensagens do telefone de Roberto Zampieri resultaram em duas investigações: uma no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que trata da participação de membros do Judiciário de Mato Grosso, e outra na Polícia Federal sobre a atuação de servidores e possivelmente de ministros do STJ.

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