DO REPÓRTER MT
Os estados de Mato Grosso e da Bahia e o Consórcio VLT Cuiabá chegaram a um acordo para venda de todos os vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), nesta quarta-feira (19). O contrato com o consórcio já estava rescindido após descoberta de atos de corrupção que vieram à tona com a Operação Descarrilo.
Com o acordo, colocou-se um fim na celeuma e os vagões, que estão armazenados há 10 anos em Várzea Grande, serão enviados para o Estado da Bahia.
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O acordo foi mediado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em comissão formada pelo presidente Bruno Dantas, e contou com representantes dos poderes Executivos e dos Tribunais de Contas dos Estados de Mato Grosso e da Bahia.
A composição envolveu a venda do material rodante e de equipamentos, bem como a extinção de cinco ações judiciais propostas pelo Consórcio VLT contra o estado de Mato Grosso e outras duas propostas por Mato Grosso em face do Consórcio.
O valor líquido resultante para o estado de Mato Grosso é de R$ 793,7 milhões, que serão pagos pela Bahia em quatro parcelas anuais, sendo que a primeira será paga até 31 de dezembro deste ano e as demais na mesma data de cada ano até 2027. Todas as parcelas serão corrigidas pelo IPCA-E, a partir da data da assinatura do acordo.
A Bahia deu em garantia do pagamento das referidas parcelas ao estado de Mato Grosso o fluxo financeiro decorrente da sua cota no Fundo de Participação dos Estados (FPE).
Vale ressaltar que o valor total é superior ao que foi pago pelo estado de Mato Grosso pelos trens, devidamente corrigidos pelo IPCA.
O dinheiro que entrará no caixa do Governo é suficiente para custear todas as obras do Sistema BRT, no valor de R$ 468 milhões, e ainda sobram R$ 325 milhões para comprar os ônibus e realizar outros investimentos.
Logística
Em cinco meses, os vagões começarão a ser transportados pela Bahia até a sede da fábrica da CAF, localizada na cidade de Hortolândia/SP, onde se submeterão a um processo de restabelecimento técnico para retomarem a sua capacidade operacional.
A solução consensual põe fim ao mais triste capítulo da Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá e antecipa uma reparação ao patrimônio do Estado que, na melhor das hipóteses, demoraria ao menos uns 10 anos, sendo que a principal garantia, que são os trens, perde valor a cada ano.
O acordo será assinado em Brasília em data a ser definida pelo Tribunal de Contas da União.