APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
O presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), conselheiro Sérgio Ricardo, disse que pessoas estão morrendo no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) por conta da falta de estrutura básica como medicamentos e até profissionais especialistas. A declaração foi feita na segunda-feira (09), após uma reunião na Assembleia Legislativa para tratar do caos na saúde de Cuiabá.
“Hoje tem gente morrendo, hoje tem gente que vai morrer essa noite essa madrugada com certeza por falta de algum componente ou medicamento ou especialidade (médica)”, disse aos jornalistas.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
“Nós estamos vivendo o caos há muitos meses já e agora nós chegamos no caos total. Nos próximos meses de dezembro, janeiro e fevereiro também serão meses de caos na próxima gestão se não estancar agora”, destacou o conselheiro.
LEIA MAIS - Abilio afirma que Saúde de Cuiabá tem rombo superior a R$ 770 milhões
A preocupação das autoridades estaduais e os órgãos de controle com a saúde de Cuiabá não é novidade. Em 2023, por cerca de dez meses, a Secretaria Municipal de Saúde foi gerida por um gabinete de intervenção nomeado pelo governador Mauro Mendes (União). A determinação de intervir foi do Tribunal de Justiça, que atendeu pedido do Ministério Público Estadual.
A medida que a equipe de transição vai tendo acesso às informações da pasta, foi divulgado que a Secretaria Municipal de Saúde e a Empresa Cuiabana de Saúde juntas têm um rombo de cerca de R$ 770 milhões. Além disso, as duas estariam operando com um déficit mensal de R$ 30 milhões, o que afeta diretamente os atendimentos prestados.
Leia mais: Promotor de Justiça: Saúde de Cuiabá tem déficit mensal de R$ 30 milhões
Como consequência desses esforços para evitar que a saúde colapse no início do ano que vem, que o desembargador Orlando Perri marcou para a próxima segunda-feira (16) uma audiência de conciliação entre o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e o prefeito eleito Abilio Brunini (PL) para estabelecer parâmetros sobre a transição no que diz respeito à saúde pública.
Sérgio Ricardo, que deverá participar do encontro, destacou a importância dessa solução apresentada para impedir que a situação se torne ainda mais danosa aos cuiabanos que dependem da saúde pública.
“Quem está saindo vai ter que definir como vai deixar a gestão da saúde para o próximo que entra, quanto medicamento tem em estoque, quais são os as licitações que existem, o que próximo prefeito vai poder comprar”, concluiu.