MAYARA MICHELS
Dos 282 homicídios registrados até está quinta-feira (18-10) na Grande Cuiabá, 32 pessoas foram mortas em crimes passionais. Sendo a maioria das vítimas assassinadas a tiros. Dessas ocorrências, 9 foram em Várzea Grande e 23 em Cuiabá. O último caso ocorreu nesta semana, quando o cabo da PM, Benedito Xavier de Arruda, de 46 anos, matou a esposa, Luciana Fernandes Ferreira, de 36 anos, com um tiro de revólver e, em seguida, se suicidou.
Na semana passada, Sandra Baguete, 36 anos, e suas duas filhas adolescentes foram encontradas mortas dentro da residência, onde viviam, no bairro Pedra 90, em Cuiabá. Segundo informações policiais, o ex-marido da mulher está sendo procurado para dar explicações sobre o caso, já que segundo a polícia e os vizinhos ele é o principal suspeito.
Na primeira semana do mês, um homem tentou cometer uma chacina, ao descobrir que sua esposa estava lhe traindo. Segundo informações da PM, um homem conhecido como Adão, esfaqueou três mulheres e um travesti, após descobrir que sua esposa, o traía com uma mulher.
Adão descobriu que sua mulher estava na casa da “rival” e foi até o local cometer o crime. Ele esfaqueou todos que estavam no local. A esposa Denise Cristina Ribeiro da Silva, de 26 anos, um amigo travesti Robson Souza, de 22 anos, morreram. Outras duas pessoas que também foram esfaqueadas foram levadas para o Pronto-Socorro de Cuiabá e passam bem.
No mês de Março, o policial militar Fernando Bezerra Júnior, 28 anos, que trabalhava junto com o cabo Xavier, no 10º Batalhão em Cuiabá, também matou sua esposa Maria das Graças Araújo, 23 anos, e em seguida seu primo Gregório Gomes Bezerra, 25 anos. Depois ele fugiu do flagrante junto com a filha de dois anos, e após três dias se apresentou a polícia. Eles está preso na Cadeia de Santo Antônio do Leverger.
Segundo informações do Major Vitalino, onde dois militares cometeram esse tipo, apenas este ano, é impossível evitar esse tipo de assassinato. “Isso ocorre com a pessoa que menos imaginamos. No caso do cabo Xavier, ele nunca mostrou um comportamento agressivo, e todos os policiais sabem que temos psicólogos a disposição. Mas o que realmente falta nessas pessoas é a presença de Deus”, disse o major da PM.
Para o delegado João Bosco, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), nesses últimos casos, os casal que estavam separados mantinham um bom relacionamento e não tinham queixa na policia por agressão. “Como vamos prever um assassinato nesses casos? Praticamente impossível. O que nos resta é ouvir a família e prender o autor do crime, se o agressor estiver solto”, afirmou o delegado.