VANESSA MORENO THIAGO STOFEL
DO REPORTÉR MT
O advogado Marlon Latorraca, que representa o médico e ex-presidente da Unimed Cuiabá Rubens Carlos de Oliveira Júnior e a ex-diretora da Unimed Cuiabá, Suzana Palma, avalia como "exagero" as prisões de seus clientes, ocorridas na manhã desta quarta-feira (30).
Rubens e Suzana são dois dos seis presos na Operação Bilanz, que investiga práticas ilícitas relacionadas à gestão financeira e administrativa da entidade, entre os anos de 2019 e 2023.
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O advogado disse que recebeu com estranheza a notícia da prisão, fruto de uma decisão do juiz Jefferson Schneider, da 5ª Vara Criminal da Justiça Federal de Mato Grosso, pois para ele se trata de uma medida extrema. Latorraca disse também que Rubens e Suzana têm buscado, através de uma perícia, constatar se houve realmente o déficit.
“Houve um exagero muito grande em prender pessoas que ainda estão buscando a sua defesa. É preciso que se diga que tudo isso gira em torno de um suposto déficit de R$400 milhões na Unimed. O doutor Rubens e a doutora Suzana todo tempo eles estão buscando a perícia para que efetivamente se verifique se houve ou não esse déficit e no meio desse caminho vem uma prisão provisória que a gente tem certeza que a gente vai conseguir derrubar”, ressaltou.
Para ele, a denúncia do esquema não passa de uma questão política. Latorraca informou que a nova gestão da Unimed Cuiabá contratou uma auditoria independente, sem dar direito aos acusados ao contraditório e ampla defesa, princípio fundamental em um processo judicial.
À imprensa, Latorraca disse que está tomando conhecimento do caso, já que ainda não teve acesso ao processo, que corre em segredo de justiça. “Nós nem tivemos acesso ainda ao processo por inteiro, tanto é que nós estamos vindo pro interrogatório exatamente pra dizer pra escrivã que a gente não tem nem elementos ainda no momento pra se fazer interrogatório”, disse o advogado à imprensa, na sede da PF, nesta manhã.
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Rubens e Suzana são acusados pelo Ministério Público Federal de fazer parte de um esquema criminoso que resultou no prejuízo de mais de R$ 400 milhões aos cofres da entidade. Eles devem passar por audiência de custódia nesta tarde.
Operação Bilanz
A Operação, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF), está investigando a prática dos crimes de falsidade ideológica, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Unimed Cuiabá, no quadriênio 2019-2023.
Ao todo, foram decretadas seis prisões temporárias de ex-administradores e prepostos da entidade, além de mandados de busca e apreensão, afastamento de sigilos telemático (conteúdo de aparelhos celulares), financeiro e fiscal, bem como o sequestro de bens dos investigados.
Além de Rubens e Suzana, foram presos nesta manhã Eroaldo Olivera, ex-CEO; Jaqueline Larrea, ex-assessora jurídica; Ana Paula Parizotto, ex-superindente financeira e Tatiana Bassan, ex-chefe do Núcleo de Monitoramento de Normas.