CHRISTINNY DOS SANTOS
DO REPÓRTERMT
A defesa de Maria Angélica Caixeta Gontijo, acusada de ser a mandante da execução do advogado Roberto Zampieri, salientou a inocência da empresária mineira e evidenciou um 'grave equívoco' da Polícia Civil em relação à investigação que levou a sua prisão.
Apontada como mandante do crime, Maria Angélica foi presa assim que a Polícia Civil recebeu uma denúncia de que ela estava vendendo uma fazendo "a qualquer preço", justamente para fugir do país. Agora, ela terá que manter endereço fixo em Minas Gerais, onde mora com a filha de 4 anos.
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Na última sexta-feira (19), O juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquérito Policiais (Nipo), concluiu que não existem provas concretas que justifiquem a manutenção da prisão da empresária por mais 30 dias e ela deixou a prisão feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá.
Eustáquio Neto, que compõe a equipe de defesa da empresária, destacou o a rapidez e eficiência da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) de Cuiabá em relação à prisão do pistoleiro Antônio Gomes da Silva e do intermediador Hedilerson Barbosa. Mas "em relação à Maria Angélica houve um grande equívoco", disse em entrevista à rádio CBN Cuiabá.
A defesa de Maria Angélica reforça que apesar de seu desentendimento com Zampieri, ela usou os meios legais para buscar justiça. "Ela usou os meio legais, as vias legais. Ela representou contra ele perante a OAB, processou ele criminalmente porque entendeu que ele estava advogando para a parte contrária, e isso é crime E ela também entrou com uma ação cível na justiça rescindindo o contrato e pedindo indenização."
Conforme Eustáquio, a empresária agiu conforme a postura de qualquer outro cidadão que sente lesado, sendo assim "esses fatos, isoladamente, não podem ser linkados a um crime tão grave".
"Então, com máximo respeito, se de um lado a Polícia Judiciária Civil agiu muito bem, muito rápido, ao prender o atirador e o comparsa, acabou se precipitando um pouco em pedir a prisão da senhora Maria Angélica", afirmou Eustáquio Neto.
Além disso, a defesa da empresária destacou o fato de Antônio Gomes citar, em depoimento, que o mandante da execução do advogado Roberto Zampieri, em Cuiabá, foi um "homem com sotaque italiano".
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Prisões
A empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo foi presa na cidade de Patos de Minas, no sudeste mineiro, no dia 20 de dezembro. No momento da prisão, ela estava com uma pistola 9mm, do mesmo calibre que o utilizado no homicídio do advogado. Interrogada, a investigada negou as acusações.
O coronel do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, foi preso no dia 15 de janeiro de 2024, em Belo Horizonte (MG), apontado como financiador da execução. Em um primeiro depoimento ele permaneceu em silêncio. O coronel foi transferido para Cuiabá na quarta (17) e, caso necessário, irá prestar um novo depoimento.
Antonio, o executor, foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). O mandado de prisão foi cumprido pela Delegacia de Homicídios da capital mineira em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso, que investiga o crime ocorrido contra o advogado.
Hedilerson Fialho Martins Barbosa foi preso no dia 22 de dezembro, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Maria Angélica, Antonio e Hedilerson foram transferidos para Cuiabá no dia 21 de dezembro.
O crime
O assassinato aconteceu no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, no dia 05 dezembro. Zampieri foi assassinado com nove tiros, dentro do próprio carro, uma Fiat Toro, quando saía do escritório. O bandido ficou de tocaia, esperando o advogado sair.
Em vídeos é possível ver a Fiat Toro estacionada na Rua Topázio. Quando o advogado entra no veículo, é seguido pelo bandido, que estava todo de preto. Ele se aproxima e atira várias vezes.