MAYARA MICHELS
O delegado Antônio Garcia, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o duplo homicídio envolvendo o policial militar Fernando Júnior, que matou a mulher dele e o primo, após ter visto os dois trocando carícias no sofá da casa onde morava, concluiu o inquérito faltando laudos.
O motivo de fazer o trabalho pela "metade" foi à falta de comunicação entre o Ministério Público que não informou ao delegado que o réu foi preso por um pedido deles. Como ele foi preso por prisão preventiva, o delegado tinha apenas 10 dias para concluir o inquérito, mas só ficou sabendo 6 dias depois, através da imprensa.
O cabo da Polícia Militar Fernando Bezerra Júnior matou a esposa, Maria das Graças Araújo da Silva, 23, e o primo, Gregório Gomes Bezerra Neto, 25. O crime aconteceu no dia 28 de março, na Rua Comande Costa, no bairro Porto, em Cuiabá.
Segundo o delegado, por ter que concluir o inquérito em 4 dias, incluindo um fim de semana, dois elementos fundamentais no processo não puderam ser concluídos, o laudo clínico do local e a oitiva com a família de uma das vítimas que mora no Rio Grande do Norte.
“Esse laudo é fundamental no processo, já que ele mostrará a dinâmica do fato, para poder ter um embasamento no que o policial diz e, se condiz com a verdade ou não. Outra coisa que ficou pendente, foram às oitivas com a família da mulher do policial. Recebi uma informação que no ano passado ele teria agredido a mulher e a ela teria ido embora. Gostaria de ter ouvido a família dela”, disse o delegado.
As investigações foram protocoladas no Tribunal de Justiça e no Ministério Publico. “Como o policial já esta preso e foi o MP que pediu a prisão, eles também devem fazer a denúncia contra e o processo se torna ação penal. Ele também deverá ser julgado em breve”, disse o delegado.
O pedido de prisão foi feito pelo Ministério Público e deferido pela juíza Ana Cristina Silva Mendes, da Primeira Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. Segundo ela, a prisão foi deferida no dia 3 de abril, logo após ele se apresentar e confessar o crime.
Fernando já está preso desde o dia 5 deste mês, no 10° Batalhão da Polícia Militar, unidade onde era lotado.