RAUL BRADOCK
MARCIO CAMILO
A funcionária da academia Smart Fit, Michele Mayara de Oliveira, afirmou na tarde desta sexta-feira (29) ao juiz Flávio Miráglia Fernandes, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, que foi ameaçada por uma escrivã a assinar um depoimento prestado quando o personal trainer Danilo Campos foi assassinado, afirmando que Guilherme Dias de Miranda, marido de Ane Lise Hovorusk, ameaçava o colega.
"Só estávamos eu e a escrivã na delegacia. A delegada não estava lá. Eu falei tudo que estava no depoimento menos as palavras Ane lise e Guilherme. Eu falei pra escrivã que não ia assinar, mas fui ameaçada e forçada a assinar o depoimento", afirmou Michele.
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Segundo ela, Danilo recebeu ameaças do marido de uma outra aluna, que se chama Pamela Campos.
"Eu estava no intervalo e o Danilo entrou nervoso dizendo que foi ameaçado pelo marido de uma Pamela", disse Michele.
Ainda segundo ela, Guilherme Dias de Miranda, acusado de ser o mandante do assassinato, e a mulher, supostamente amante de Danilo, Ane Lise Hovorusk, sequer frequentavam a academia na época das ameaças.
"Conheço o Danilo há algum tempo, sou amigo pessoal. Eu sabia do caso e temos regras na academia. Era proibido envolvimento com alunos. Fiquei sabendo das ameaças porque ele me mostrou no WhatsApp. Eu não sabia quem era a pessoa. Ele me falou que era o marido da Ane e disse pra ele tomaria cuidado", afirmou o gerente da Smart Fit.
Logo em seguida, a testemunha afirma que deixou o trabalho por seis meses, para cumprir licença maternidade, e garante que nunca viu ou ouviu falar nos nomes de Guilherme e Ane.
"As ameaças na academia foram feitas pelo marido de uma aluna chamada Pamela, que me relatou. Os nomes Guilherme e Ane foram acrescentados ao meu depoimento pela escrivã na DHPP. Ela disse que eu poderia assinar pois eles seriam alvos da investigação. Tive que assinar mesmo negando. Nunca vi Ane Lise frequentando a academia, apenas a Pamela. Não lembro se o homem que ameacou Danilo era marido ou namorado dela", afirmou em depoimento ao magistrado.
O crime
Danilo estava na Rua General Ramiro de Noronha, em Cuiabá, às 21h20 do dia 8 de novembro, quando uma dupla se aproximou em uma motocicleta. O garupa sacou a arma, atirou diversas vezes e fugiu. A moto era pilotada por Wallisson Magno da Silva. Ele e Guilherme Dias foram presos pelo assassinato.
O crime teria sido encomendado por Guilherme para se vingar de Danilo, que teve um caso com a mulher dele, Ane Lise Hovorusk. Em depoimento que o 
teve acesso, ela relata que Wallisson teria pilotado a moto, levando na garupa um boliviano, que seria o executor dos disparos. Segundo ela, o executor teria sido contratado por R$ 10 mil e teria fugido do país antes de receber o dinheiro.
As investigações seguem na DHPP para que seja identificada a pessoa que ligou várias vezes para Danilo, antes do crime, armando a emboscada.
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