RAUL BRADOCK
DA REPORTAGEM
O gerente da Academia Smart Fit, Gorbachev Oliveira, foi a primeira testemunha ouvida na tarde desta sexta-feira (29) pelo juiz Flávio Miraglia Fernandes, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, sobre o assassinato do personal trainer Danilo Campos.
"Conheço o Danilo há algum tempo, sou amigo pessoal. Eu sabia do caso e temos regras na academia. Era proibido envolvimento com alunos. Fiquei sabendo das ameaças porque ele me mostrou no WhatsApp. Eu não sabia quem era a pessoa. Ele me falou que era o marido da Ane e disse pra ele tomaria cuidado. Danilo estava assustado, arrumou uma arma e passou a ir armado para a academia. Eu disse que ele não era bandido e aconselhei ele a se desfazer da arma. Com o passar do tempo ele foi morto", disse Gorbachev.
Gorbachev disse ao magistrado que era amigo da vítima e que Danilo vinha recebendo ameaças de Guilherme Dias de Miranda, marido de Ane Lise Hovorusk, amante dele e, por isso, estava andando armado.
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"Conheço o Danilo há algum tempo, sou amigo pessoal. Eu sabia do caso e temos regras na academia. Era proibido envolvimento com alunos. Fiquei sabendo das ameaças porque ele me mostrou no WhatsApp. Eu não sabia quem era a pessoa. Ele me falou que era o marido da Ane e disse pra ele tomar cuidado. Danilo estava assustado, arrumou uma arma e passou a ir armado para a academia. Eu disse que ele não era bandido e aconselhei ele a se desfazer da arma. Com o passar do tempo ele foi morto", disse Gorbachev.
Ainda segundo ele, Danilo lhe mostrou uma conversa no WhatsApp em que Guilherme dizia que iria matá-lo.
"Ele [Danilo] nunca assediou ninguém, mas é comum alunas assediarem a gente. Ele me falou que ela [Ane] assediou ele. A partir do momento que eles começaram a se envolver ela passou a frequentar a unidade Goiabeiras, depois que ficaram. Ele mostrou os whats e eram textos ameaçadores. Você vai aprender a não mexer com mulher casada, vou dar um tiro na sua cara", relata o gerente.
A mesma versão foi contada por Alexandre Candido Moreira da Silva, personal que trabalhava com Danilo. Segundo ele, Danilo confidenciou que o marido de Ane havia visto a conversa deles no celular da mulher.
"Ele me disse: o cara viu minha conversa por whats com ela e disse que iria me matar. No momento que o Danilo me falou da Ane, logo eu saberia quem era o marido dela. Ele nunca me disse que teve outras ameaças além das feitas por Guilherme", afirmou o personal.
Leandro Rodrigues Alves Lemes, vigilante que prestava serviço na academia, afirmou em depoimento ao juiz que Danilo havia lhe pedido para arrumar uma arma porque estava sendo ameaçado. Ele não teria dito, no entanto, quem estava fazendo as ameaças.
Leandro disse ainda que Danilo não tinha "malícia" para andar armado.
"Vi Guilherme na academia. Ele ia com a mulher e descia no estacionamento com a mulher. Era raro ver ele. Via mais ela. Em algum momento eu soube que ele [Danilo] tinha um caso com ela. Ele não era muito de explicar as coisas. Uma vez ele comentou comigo que queria uma arma. Perguntei três vezes e ele não disse pra que era. Eu disse que iria ver, mas não arrumei a arma pois ele não tinha malícia para andar armado", afirmou.
O crime
Danilo estava na Rua General Ramiro de Noronha, em Cuiabá, às 21h20 do dia 8 de novembro, quando uma dupla se aproximou em uma motocicleta. O garupa sacou a arma, atirou diversas vezes e fugiu. A moto era pilotada por Wallisson Magno da Silva. Ele e Guilherme Dias foram presos pelo assassinato.
O crime teria sido encomendado por Guilherme para se vingar de Danilo, que teve um caso com a mulher dele, Ane Lise Hovorusk. Em depoimento que o teve acesso, ela relata que Wallisson teria pilotado a moto, levando na garupa um boliviano, que seria o executor dos disparos. Segundo ela, o executor teria sido contratado por R$ 10 mil e teria fugido do país antes de receber o dinheiro.
As investigações seguem na DHPP para que seja identificada a pessoa que ligou várias vezes para Danilo, antes do crime, armando a emboscada.
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