APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), por meio do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), apresentou denúncia contra 14 alvos de uma suposta organização criminosa que lavava dinheiro para o Comando Vermelho por meio de casas noturnas em Cuiabá.
O processo tramita em sigilo no Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), órgão vinculado ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
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Os crimes apontados pelos alvos são de organização criminosa com envolvimento de funcionário público, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Veja abaixo o detalhamento. A denúncia, assinada pelo promotor de Justiça Adriano Roberto Alves, é resultado da operação Ragnatela, deflagrada em 5 de junho deste ano pelas forças de segurança.
Denunciados por organização criminosa com envolvimento de servidores públicos: Ana Cristina Brauna Freitas, Agner Luiz Pereira de Oliveira Soares, Clawilson Almeida Lacava, Elzyo Jardel Xavier Pires, Joanilson de Lima Oliveira, Joadir Alves Gonçalves, João Lennon Arruda de Souza, Kamilla Beretta Bertoni, Lauriano Silva Gomes da Cruz, Matheus Araujo Barbosa, Rafael Piaia Pael, Rodrigo de Souza Leal, Willian Aparecido da Costa Pereira, Wilson Carlos da Costa.
Denunciados por lavagem de dinheiro: Ana Cristina Brauna Freitas, Agner Luiz Pereira de Oliveira Soares, Clawilson Almeida Lacava, Elzyo Jardel Xavier Pires, Joanilson de Lima Oliveira, Joadir Alves Gonçalves, João Lennon Arruda de Souza, Kamilla Beretta Bertoni, Lauriano Silva Gomes da Cruz, Matheus Araujo Barbosa, Rafael Piaia Pael, Rodrigo de Souza Leal, Willian Aparecido da Costa Pereira, Wilson Carlos da Costa.
Denunciados por corrupção ativa: Elzyo Jardel Xavier Pires, Joadir Alves Gonçalves, Kamilla Beretta Bertoni, Rodrigo de Souza Leal, Willian Aparecido da Costa Pereira.
A Operação Ragnatela revelou que o grupo criminoso comprou casas noturnas na Capital e as usava para lavar dinheiro por meio da realização de shows nacionais. Dezenas de ordens de prisão, busca e apreensão, bem como sequestro de bens foram expedidos pela Justiça.
Conforme os investigadores, Joadir Alves Gonçalves, vulgo Jogador, que foi alvo de mandado de prisão, foi apontado como liderança do esquema e responsável por repassar os recursos da facção para lavagem. Ele, segundo investigação, recebia o dinheiro de integrantes operacionais do CV, Joanilson de Lima Oliveira, vulgo Japão, e Joao Lennon Arruda de Souza, após o recolhimento da venda de drogas.
Esse montante, geralmente em espécie, era entregue para os promotores de eventos Willian Aparecido da Costa Pereira, vulgo Gordão, Rodrigo de Souza Leal e Elzyo Jardel Xavier Pires.
Parte dos shows, a maioria de funk, eram realizados no Dallas Bar, em Cuiabá, e em outras casas noturnas identificadas pelas investigações. Para a realização dos eventos, Rodrigo e Elzyo também contavam com o investimento de um grupo de promoters denominado 'G12 Eventos'.
Após os eventos, os lucros eram repartidos por Rodrigo e Kamilla Beretta Bertoni, proporcionalmente, aos investidores e idealizadores: "os membros do G12 e integrantes do Comando Vermelho". Eles faziam depósitos fracionados para evitar chamar a atenção das autoridades, assim como usavam empresas de fachada para ocultar as transações.
Havia ainda a presença de agentes políticos na organização. Um dos nomes citados é o do vereador por Cuiabá Paulo Henrique (MDB), que atuaria em benefício do grupo junto aos fiscais da Prefeitura. O parlamentar, contudo, não foi denunciado.