DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT
O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, negou nesta terça-feira (10), o pedido de revogação de prisão preventiva contra a empresária Taiza Tosatt, conhecida como “Musa dos Investimentos”. Ela foi presa na "Operação Cleópatra", onde é apontada como a líder de um esquema de pirâmide que causou prejuízo de R$ 2,5 milhões a dezenas de vítimas em diversas cidades de Mato Grosso.
Apesar de ter recebido alvará de soltura em ação na 2ª Vara Criminal de Sinop, ela responde a processos ao juízo da capital e, por isso, deverá continuar na prisão.
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Na decisão, o magistrado acatou o parecer do Ministério Público do Estado (MPMT), que defendeu a manutenção da prisão da investigada. Jean Garcia considerou o perigo de reiteração delitiva por parte da ré.
"A medida cautelar extrema, na hipótese, mostra-se proporcional e necessária, diante da gravidade concreta dos delitos, do modus operandi utilizado pela ré, do enorme prejuízo causado às vítimas e do risco real de continuidade da atividade criminosa caso a investigada permaneça em liberdade", diz trecho de decisão.
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"Além disso, no presente caso, verifica-se que as medidas cautelares diversas da prisão, previstas no artigo 319 do CPP, mostram-se insuficientes para salvaguardar a ordem pública, já que a ré demonstrou possuir grande capacidade de manipulação, habilidade para ocultar patrimônio e continuidade na prática suspeita de operações financeiras, mesmo após a deflagração das investigações, utilizando-se de subterfúgios, como redes sociais e terceiros, para continuar captando eventuais vítimas desavisadas", emendou magistrado.
Operação Cleópatra
De acordo com as investigações, Taiza seria líder do esquema. Ela é proprietária da empresa DT Investimentos e usava as redes sociais para atrair as vítimas, se mostrando uma pessoa jovem, bonita, bem-sucedida, articulada e especialista em investimentos financeiros.
A polícia diz que com argumentos envolventes e com promessas de lucros de 2% a 6% por dia, dependendo do valor investido, a empresária convencia as vítimas a fazerem investimentos de altos valores, superiores a R$ 100 mil iniciais, em ações, entrando em um verdadeiro esquema de pirâmide financeira.
As vítimas recebiam o retorno financeiro nos primeiros meses, sendo incentivados a fazer novos investimentos, porém, após algum tempo, a empresa deixou de pagar os lucros para as vítimas.
Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão feito na última quinta-feira (31), na casa da empresária em um condomínio de luxo em Sinop, foram apreendidas diversas folhas de cheque com valor total de R$ 419 mil, veículos de luxo, uma moto BMW, joias e anabolizantes. Além da empresária, um médico e um ex-policial federal também foram alvos da operação.