RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO
O juiz Ricardo Frazon Meneguci negou o pedido de liberdade de Paulo Ramos Nogueira, um dos executores da chacina que vitimou nove pessoas no Distrito Taquaroçu do Norte, em Colniza (1.065 km a Noroeste de Cuiabá), em abril de 2017.
A defesa argumentou que não havia requisitos necessários para manter o assassino preso regime fechado. Os advogados solicitaram a liberdade do preso ou a aplicação de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.
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Em resposta, o magistrado discorreu em seu entendimento que a “decisão que decretou a prisão preventiva foi devidamente fundamentada, amparada nos elementos constantes dos autos”.
Os advogados também afirmaram que nenhuma das testemunhas ouvidas citaram Paulo Ramos. Porém, ainda assim, o magistrado afirmou que duas testemunhas ouvidas ainda no processo de investigação da Polícia Civil citaram o envolvimento dele nas mortes. Sendo que uma dessas testemunhas sofreu uma tentativa de homicídio em Colniza, certamente por saber informações sobre o atentado.
“Calha mencionar que a prisão preventiva para conveniência da instrução processual se mostra necessária em razão do atentado praticado contra a testemunha Osmar Antunes quando retornava de depoimento prestado à autoridade policial, fato este amplamente divulgado pela mídia nacional”, salientou Meneguci.
O juiz afirmou que é fundamental manter o assassino preso para manter a integridade física e psicológica das testemunhas do atentado, negando o pedido de liberdade solicitado pela defesa.
A chacina
Reprodução
Moisés Ferreira, Paulo Neves Nogueira, Pedro Ramos Nogueira e Ronaldo Dalmoneck são acusados pelo crime.
Conforme as investigações, a motivação da “Chacina de Taquaruçu do Norte” está diretamente ligada à disputa de terras para extração de madeira e minério.
São réus no processo: Pedro neves, Paulo Ramos, Ronaldo Dalmoneck e Moisés Ferreira. Todos são acusados de integrar um grupo de extermínio denominado “os encapuzados”. Os integrantes do bando são conhecidos na na região de Colniza como “guachebas”, ou matadores de aluguel, que teriam sido contratados por Valdelir João, com a finalidade de praticar crimes.
Além de Valmir, no dia da chacina os guachebas foram até a Linha 15, com armas de fogo e arma branca, onde executaram Francisco Chaves da Silva, Edson Alves Antunes, Izaul Brito dos Santos, Alto Aparecido Carlini, Sebastião Ferreira de Souza, Fábio Rodrigues dos Santos, Samuel Antonio da Cunha, Ezequias Satos de Oliveira. A linha 15 compõe a localidade de Taquaruçu do Norte (zona rural a 230 Km de Colniza).
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