RAUL BRADOCK
DA REPORTAGEM
O delegado Marcelo Muniz, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa afirmou à imprensa, na tarde desta terça-feira (2), que o sócio de uma madeireira da região de Colniza é o mandante da chacina que vitimou nove pessoas na Gleba Taquaroçu do Norte, no dia 19 de abril. A Polícia Civil pediu a prisão temporária do acusado, que está foragido.
"As pessoas não estavam apenas disputando um pedaço de terra, mas o que havia sobre e sob o pedaço de terra”, declarou o secretário de Segurança Rogers Jarbas.
Também é investigada a participação de fazendeiros da região, como mandantes da ação, já que de acordo com o delegado, a matança foi motivada por disputa pela terra, que é rica em madeira e ouro.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Quatro executores cometeram a chacina. Três deles foram identificados, sendo que dois foram presos.
Os matadores presos são Pedro Ramos Nogueira e Paulo Neves Nogueira, tio e sobrinho, respectivamente. Todos receberam em dinheiro pelos assassinatos. O valor não foi divulgado. Um dos executores foi preso em no distrito de 'Guatá' e outro foi próximo ao município de Machadinho em Rondônia.
O secretário de Segurança Pública do Estado, Rogers Jarbas explicou à imprensa, que a Gleba não pertence ao Estado, nem à União, é alvo de disputa judicial e antigo conflito agrário, mas isso não foi o estopim da matança.
“A motivação principal é a questão da madeira. Sendo a questão da exploração de madeira, muda um pouco o viés da questão. Não é só a questão fundiária. As pessoas não estavam apenas disputando um pedaço de terra, mas o que havia sobre e sob o pedaço de terra”, declarou Rogers.
“Há uma linha de investigação que aponta também o envolvimento de fazendeiros, até pela motivação, que seria a extração de madeira, posteriormente a terra em si e em terceiro plano o minério do local”, afirma o delegado.
Conforme o delegado Muniz, a principal dificuldade no trabalho de investigação era pelo fato das pessoas que prestavam depoimentos não saberem o nome correto dos envolvidos. Como o ‘Doca’ – identificado como Paulo Ramos Nogueira posteriormente.
A identidade do mandante segue em sigilo para que não atrapalhe as investigações. “Nós estamos mantendo sob sigilo porque ele se encontra foragido no momento. Nós estamos tentando entrar em contato através do advogado para que ele se apresente o mais rápido possível para que se faça a prisão efetivamente”, explica Muniz.
Também há a possibilidade de haver mais de um mandante. “Há uma linha de investigação que aponta também o envolvimento de fazendeiros. Até pela motivação, que seria a extração de madeira, posteriormente a terra em si e em terceiro plano o minério do local”, afirma o delegado.
O secretário Rogers Jarbas afirmou que os trabalhos na região continuam até a elucidação completa do caso. As equipes deslocadas até Colniza também permanecem.
Os trabalhadores assassinados foram identificados como Sebastião Ferreira de Souza, 57, Izaul Brito dos Santos, 50, Ezequias Santos de Oliveira, 26, Samuel Antônio da Cunha, 23, Francisco Chaves da Silva, 56, Aldo Aparecido Carlini, 50, Edson Alves Antunes, 32, Valmir Rangeu do Nascimento, 55, e Fábio Rodrigues dos Santos, de 37 anos.
Leia mais
Famílias buscam por homens que desapareceram ao fugir de matadores
Rogers garante prisão de envolvidos em torturas e execuções
Segurança Pública já teria nomes de mandantes da chacina de Colniza
Politec identifica as 9 vítimas da chacina em Colniza; veja nomes
Corpos das nove vítimas da chacina chegam em Colniza
Bope reforça policiamento e 'caça' envolvidos em chacina em Colniza