KARINE ARRUDA
DO REPÓRTER MT
O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, recebeu a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) e tornou ré a empresária Taiza Tossat Eleoterio, acusada de aplicar golpes de mais de R$ 2,5 milhões (somados) em clientes. Ela vai responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, estelionato, crime contra a economia popular (pirâmide financeira) e associação criminosa. A decisão foi proferida nessa segunda-feira (25).
"A despeito de se tratar de prova indiciária e unilateral, anoto que as provas mencionadas na denúncia são elementos suficientes para o desencadeamento da ação penal, tendo em mente que nesta fase processual o juízo é de prelibação e o princípio vigente é ‘in dubio pro societate’.”, diz trecho da decisão.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Taiza foi alvo da Operação Cleópatra, deflagrada pela Polícia Civil, que mirou um grupo criminoso acusado de desenvolver um esquema de pirâmide financeira que teria causado prejuízos de R$ 2,5 milhões a dezenas de vítimas em Cuiabá e outras cidades de Mato Grosso. A empresária chegou a ser presa no dia 31 de outubro, quando desembarcava de um voo no Aeroporto Municipal de Sinop, porém foi solta dias depois, devendo cumprir algumas medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica.
Leia mais - Juíza manda soltar empresária que aplicou golpe de R$ 2,5 milhões em clientes
Além dela, a operação também teve como alvos o policial federal Ricardo Mancinell Souto Ratola e o médico Diego Rodrigues Flores, que, segundo as investigações, colaboraram com o esquema. Os três terão um prazo de até 10 dias para responder a acusação.
“Citem-se e intimem-se os acusados para apresentarem, por meio de representante com capacidade postulatória, resposta à acusação, no prazo de 10 (dez) dias, conforme determina o artigo 396 de CPP.”, pontuou o magistrado.
Durante as investigações da polícia, foram apreendidos, na residência onde Taiza morava, localizada em um condomínio de luxo de Sinop, diversas folhas de cheque com valor total de R$ 419 mil, veículos de luxo, uma moto BMW, joias e anabolizantes.
Leia mais - Polícia apreende R$ 419 mil em folhas de cheque, moto BMW e joias em casa de empresária
A empresária é proprietária da empresa DT investimentos e usava as redes sociais para atrair as vítimas. Em suas publicações, ela se mostrava uma jovem bonita, bem-sucedida, articulada e especialista em investimentos financeiros.
Com isso, as vítimas investiam valores acima de R$100 mil iniciais e recebiam um retorno nos primeiros meses, fato que os incentivavam a fazer novos investimentos. Após algum tempo, os clientes paravam de receber os lucros.