Mentora nega que planejou com antecedência e diz que mulher morreu para não testemunhar

Reprodução

Criminosa permanece na delegacia de Juara a espera de uma vaga em algum presídio feminino de MT.

JOÃO RIBEIRO
DA REDAÇÃO

Em depoimento ao delegado da Polícia Civil, Carlos Henrique Engelman, a criminosa, Aline Maria Macedo, de 19 anos, acusada de ser a mentora do roubo seguido de morte do casal Claudemilson Ferreira, de 41 anos e Alessandra Sheffer, de 23 anos, nega que tenha planejado os crimes com antecedência.

Na presença de seu advogado, Aline, que se entregou à Polícia na noite desta quinta-feira (5), relatou que foi procurada por dois colegas menores de idade, que assim como ela seriam viciados em droga e pretendiam cometer algum crime para conseguir dinheiro. Segundo a acusada, que trabalhava no lava jato da vítima Claudemilson, ela mesma sugeriu que eles roubassem a caminhonete S-10 de seu patrão e a trocassem por drogas ou dinheiro.

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Conforme relatou o delegado ao , Aline confessou que conhecia a rotina das vítimas e ‘arquitetou’ o roubo, fornecendo informações sobre o casal, mas que isso ocorreu no dia do crime e não com antecedência. Com isso, o trio invadiu a casa deles e acabou os rendendo, armados com um revólver.

O delegado frisou que chorando, Aline argumentou que Claudemilson teria tentado reagir e nesse momento o menor de 17 anos (não identificado), matou a vítima com tiros na cabeça. Já Alessandra estava com um capuz na cabeça, mas o menor de 13 anos W.A.F, preso em Sinop, resolveu assassiná-la para não correr o risco de que ela testemunhasse.

Apesar desta versão o delegado lembra que os corpos do casal foram encontrados em uma vala, às margens de uma rodovia, com as mãos amarradas para trás, o que impediria qualquer tentativa de reação.

Sobre a fuga, Aline disse que aintenção era 'vender' o carro em uma boca de fumo, mas devido a alta velocidade o veículo capotou quando passaram em um buraco e  o trio acabou perdendo a arma do crime.

O trio continuou a fuga, de carona, para Sinop, onde o menor W.A. acabou apreendido em um hospital, ainda no dia 14 de outubro.

Aline também não soube apontar a localização do comparsa de 17 anos. Porém, afirmou que da cidade fugiu para casa de uma amiga, em Nova Olímpia. “No município, ela conversou com familiares e resolveu se entregar”, disse Carlos Henrique.

Aline vai ser autuada por duplo latrocínio e se condenada, pode pegar até 60 anos de prisão. “Como a Cadeia Pública de Juara não tem ala para mulheres, ela deve ser levada a um presídio na cidade de Arenápolis, mas ainda aguardamos informações da direção da unidade, para saber se tem vaga”, falou.

Carlos Henrique lembrou que a criminosa já tinha passagem pela Polícia, pois quando ainda tinha 17 anos, foi apreendida acusada de tentar estrangular a própria filha, uma recém nascida de apenas 9 meses. Ela chegou a ser presa, mas como era menor, ganhou liberdade dias após o crime. Com a tentativa de homicídio, ela perdeu a guarda da filha.

O CRIME

O duplo latrocínio (roubo seguido de morte), do casal, Claudemilson Ferreira, de 41 anos e Alessandra Sheffer, de 23 anos, no dia 14 de outubro, na cidade de Juara (800 km de Cuiabá).  No memso dia a Polícia conseguiu prender o menor de 13 anos que devido aos ferimentos do acidente estava sendo atendido no hospital de Sinop.

Aline continua na cadeia pública de Juara e aguarda vaga em um presídio feminino do Estado.

DESAFORO NO FACEBOOK

Ainda foragida, Aline chegou a publicar uma mensagem em seu perfil do Facebook confessando a participação nos crimes e ‘aconselhando’ a população a nunca reagir quando for vítima de um assalto. “Quando passa na televisão para vocês (vítimas) não reagirem a um assalto é para não reagir. Vocês não são super heróis", intimida. (LEIA MAIS AQUI). 

No post, ela contou detalhes que veio a confessar à Polícia, como quem teria matado Claudemilson e Alessandra, além do capotamento do carro, na fuga, classificada por ela, como estupidez. “Sim, fui eu mesma que planejei o assalto. O homem reagiu e um dos menores atirou nele. O outro matou a mulher. Aí pegamos a caminhonete e seguimos até Sinop”, comentou. Aline chegou a xingar quem tentava saber onde ela se escondia.

MENOR CONFESSOU CRIME

Apesar da acusação de Aline, W.A. já havia confessado que participou do duplo latrocínio, mas negou que tivesse atirado no casal. 

O menor chegou a ser liberado cinco dias após a apreensão, já que a Justiça não teria conseguido nenhuma vaga para interná-lo, nos centros socioeducativos do Estado. No entanto, horas depois de uma matéria do , divulgar a liberdade dele, a Justiça voltou a decretar a prisão de W.A. Os policiais o apreenderam e encaminharam ao Centro Socioeducativo da capital (antigo Pomeri).