FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTERMT
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Rogerio Schietti Cruz manteve a apreensão do passaporte da influencer Ana Caroline Sobreira Ormond do Nascimento, alvo da Operação Suserano, deflagrada em setembro pela Polícia Civil. A decisão é desta quarta-feira (23).
A defesa da influencer alegou que não há necessidade da manutenção das medidas, pois Ana Caroline teria pouca relevância para a investigação.
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Outro argumento seria uma viagem que Ana tinha agendada para os dias 6 a 19 de outubro.
Um outro pedido parecido já havia sido negado, dias antes, pelo ministro Herman Benjamin.
“Não observo nenhuma circunstância nova ou argumentos suficientes que justifiquem a modificação da decisão impugnada, a qual se lastrou em pacífica orientação desta Corte e nos mesmos moldes da jurisprudência do STF. Assim, indefiro o pedido”, pontuou o ministro Rogerio Schietti.
Investigação
Ana Caroline e o pai, dono da Tubarão Sport, Alessandro do Nascimento, são investigados em um esquema de superfaturamento na compra de equipamentos agrícolas com recursos de emendas parlamentares na Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf).
Segundo as investigações da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), há sobrepreço de até 80% do valor de mercado em termos de fomento que seriam usados para a compra de kits de agricultura familiar, no valor de R$ 28 milhões.
Conforme a Deccor, a blogueira de apenas 22 anos tem um patrimônio de R$ 5 milhões, constituído de três veículos e oito imóveis. Nas redes sociais, Ana Caroline mostra para os seus 17,7 mil seguidores sua rotina de viagens internacionais, como Disney e Nova York.
O pai de Ana Caroline, o empresário Alessandro é um dos principais alvos da operação. De acordo com a polícia, ele é sócio-oculto da empresa Tupã Comércio e Representações, que teria sido a fornecedora dos kits de ferramentas adquiridos com sobrepreço, por intermédio de termos de fomento realizados de forma completamente irregular e com consequente desvio de recursos públicos.
“Ele também seria o principal articulador do esquema criminoso, detentor de procuração com amplos poderes do sócio-laranja da empresa Tupã, Euzenildo Ferreira da Silva, o qual seria o proprietário de fato de outras empresas, tais como: Tubarão Empreendimentos, Ribeiro Comércio, KSH Comércio e Alessandro do Nascimento – ME, consta patrimônio milionário registrado em nome deu sua filha Ana Carolina Ormond Sobreira, a qual Alessandro utiliza para proceder as suas movimentações financeiras tidas como suspeitas, bem como saques em espécie”, diz trecho da decisão.
