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Cuiabá, 07 de Setembro de 2024
07 de Setembro de 2024

05 de Junho de 2024, 18h:24 - A | A

POLÍCIA / OPERAÇÃO RAGNATELA

Organograma revela função de cada membro de grupo que lavava dinheiro do CV em casas noturnas

Ação desarticulou esquema responsável por lavar dinheiro oriundo do tráfico de drogas por meio de casas de festas em Cuiabá

DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT



A Operação Ragnatela, deflagrada na manhã desta quarta-feira (05) com o objetivo de desarticular um esquema criminoso responsável por lavar dinheiro da facção Comando Vermelho - oriundo do tráfico de drogas - por meio de casas noturnas em Cuiabá, revelou detalhes da organização e seus integrantes.

De acordo com as investigações, o grupo investigado adquiriu casas noturnas e lavava o dinheiro por meio da realização de shows nacionais. Dezenas de mandados de prisão, busca e apreensão e sequestro de bens foram expedidos pela Justiça.

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Joadir Alves Gonçalves, vulgo Jogador, que foi alvo de mandado de prisão, foi apontado como liderança do esquema e responsável por repassar os recursos da facção para lavagem.

Ele, segundo investigação, recebia o dinheiro de integrantes operacionais do CV, Joanilson de Lima Oliveira, vulgo Japão, e Joao Lennon Arruda de Souza, após o recolhimento da venda de drogas.

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Reprodução

organograma 1

 

Em seguida, conforme as investigações, o recurso - grande parte em espécie - era entregue para os promotores de eventos, sendo eles Willian Aparecido da Costa Pereira, vulgo Gordão, Rodrigo de Souza Leal e Elzyo Jardel Xavier Pires.

Parte dos shows, a maioria de funk, eram realizados no Dallas Bar, em Cuiabá, e em outras casas noturnas identificadas pelas investigações. Para a realização dos eventos, Rodrigo e Elzyo também contavam com o investimento de um grupo de promoters denominado 'G12 Eventos'.

Contabilidade

Após a realização dos eventos, a contabilidade era feita e os lucros eram repartidos por Rodrigo e Kamilla Beretta Bertoni, proporcionalmente, aos investidores e idealizadores: "os membros do G12 e integrantes do Comando Vermelho".

Para tanto, eles utilizam-se de técnicas comumente adotadas em crimes desta natureza, o que evidenciou a ilegalidade das atividades realizadas.

"Utilização de depósitos fracionados para evitar as identificações dos depositantes e origem ilícita dos valores distribuídos; e a utilização de empresas de fachada para ocultar as transações, como é o caso aparentemente das pessoas jurídicas DOM CARMINDO LAVA JATO E CONVENIÊNCIA, W A DA COSTA PEREIRA (EXPRESSO LAVA CAR e/ou COMPLEXO BEIRA RIO), RESTAURANTE E PEIXARIA MANGUEIRA LTDA, DALLAS BAR EIRELI e STRICK PUB BISTRO E RESTAURANTE LTDA". diz trecho de decisão que autorizou a operação.

Reprodução

organograma 2

 

Agentes públicos

A Operação Ragnatela ainda revelou o suposto envolvimento de agentes públicos na organização criminosa. Conforme apurado, o vereador por Cuiabá Paulo Henrique (MDB) atuava em benefício do grupo na interlocução com os agentes públicos para facilitação da realização dos eventos, recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros.

Um policial penal e fiscal da Prefeitura de Cuiabá também foram alvo de buscas e afastados das funções por participarem do esquema.

“O grupo criminoso conta com o auxílio dos agentes supracitados, os quais flexibilizam a concessão de licenças e alvarás durante a realização dos eventos, recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros de forma direta e indireta do grupo responsável pela promoção dos shows, ou seja, G12 EVENTOS e integrantes do Comando Vermelho”, aponta a decisão.

O policial penal Luiz Otavio Natalino estaria envolvido na transferência de lideranças do Comando Vermelho para presídios de menor rigor penitenciário, a fim de possibilitar a comunicação com os demais integrantes que estão em liberdade. Além dele, o ex-diretor do presídio de Carumbé, Winkler de Freitas Teles também teria participado do esquema.

Reprodução

organograma 3

 

Grupo G12

O grupo que supostamente integra o esquema de lavagem de dinheiro da facção foi identificado, conforme as investigações, por meio de análise dos dados telefônicos e diligências de campo e, principalmente, através do afastamento do sigilo bancário. Um dos integrantes é a influenciadora digital de Cuiabá Stheffany Xavier, que conta com mais de 200 mil seguidores no Instagram e ficou conhecida por divulgar o jogo do 'tigrinho'. 

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"Ainda quanto ao modus operandi maquinado pelo grupo criminoso e compondo a prova da existência do crime, cabe ressaltar que a quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados indicaram movimentações financeiras vultosas, a demonstrar como o dinheiro proveniente do tráfico de entorpecentes da facção criminosa CV é lavado por meio de estabelecimentos comerciais e transações bancárias entre faccionados".

1. JOADIR ALVES GONCALVES, vulgo JOGADOR ou VEIO ou JOGA;
2. WILLIAN APARECIDO DA COSTA PEREIRA, vulgo WILLIAN GORDÃO;
3. RODRIGO DE SOUZA LEAL, vulgo LEAL;
4. ELIZYO JARDEL XAVIER PIRES, vulgo JARDEL;
5. WILSON CARLOS DA COSTA, vulgo VAMPIRO;
6. RENAN DIEGO DOS SANTOS JOSETTI, vulgo RD;
7. RAFAEL PIAIA PAEL;
8. DANILO LIMA DE OLIVEIRA;
9. VINICIUS PEREIRA DA SILVA, vulgo JABÁ;
10. ANTIDIA TATIANE MOURA RIBEIRO, vulgo TATY;
11. ANA CRISTINA BRAUNA FREITAS, vulgo ANNA;
12. STHEFFANY XAVIER DE MELO SILVA, vulgo XAVIER;
13. MATHEUS ARAUJO BARBOSA, vulgo ARAÚJO;
14. EVERTON MARCELINO MUNIZ, vulgo DETONA;
15. VINICIUS BARBOZA DA SILVA, vulgo MELÃO;
16. MESTRE: Não qualificado.

Sócios do grupo

Foi revelado ainda a "a especial participação dos sócios do grupo criminoso CLAWILSON ALMEIDA LACAVA, vulgo GAUCHINHO, e LAURIANO SILVA GOMES DA CRUZ nas casas noturnas em que os eventos são realizados, isto no intuito principal de dissimular a propriedade e verdadeira atividade das empresas de eventos".

"Em paralelo, identificou-se outro indivíduo de nome AGNER LUIZ PEREIRA DE OLIVEIRA SOARES, responsável pela rentabilidade dos lucros obtidos com os shows e venda de entorpecentes, através de empréstimo a juros abusivos, bem como no fornecimento de veículos para o grupo".

Operação Ragnatela

Ao todo, a operação deu cumprimento a oito ordens de prisões preventivas, 36 buscas e apreensões, nove sequestros de bens imóveis e 13 de veículos; e ainda duas ordens de afastamento de cargos públicos (policial penal e fiscal da prefeitura), quatro suspensões de atividades (casa de shows) e bloqueios de contas bancárias.

Durante as investigações também foi identificado que os criminosos contavam com o apoio de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, sem a documentação necessária.

Álbum de fotos

Reprodução

Reprodução

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Marlene Rodrigues 05/06/2024

TRABALHADOR AMBULANTE,SÃO PERSEGUIDOS PELA FISCALIZAÇÃO,AGORA BANDIDOS SÃO PROTEGIDOS.QUE VER GONHA!ATÉ VEREADOR !

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