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Cuiabá, 28 de Novembro de 2024
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12 de Agosto de 2020, 15h:29 - A | A

POLÍCIA / LAUDO OFICIAL

Perito afirma que tiro que matou Isabele não foi acidental

Laudo confirmou que a arma precisava ser carregada, engatilhada e ter o gatilho acionado para ser disparada

ANDRÉIA FONTES
DA REDAÇÃO



O tiro que matou Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, não foi acidental, de acordo com o laudo assinado pelo perito Thiago José Resplande Lima. Ele afirma que a sustentação da hipótese de tiro acidental depende diretamente das condições da arma e da “inviabilidade do acionamento regular do gatilho”.

 

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Cita que “tiro acidental é todo tiro que se produz em circunstâncias anormais, sem o acionamento regular do mecanismo de disparo, devido a defeitos ou falta do mecanismo de segurança da arma”.

Desse modo, para que se afirme que o disparo contra a vítima seja acidental, é necessário averiguar as condições de funcionamento da pistola Imbel, apontada como a arma do crime.

O perito enfatiza que foi solicitado o exame da arma específico para caracterização da possibilidade de tiro acidental. O laudo concluiu que a arma só dispara se estiver carregada e for engatilhada. “Todavia, de acordo com o laudo de balística, a arma questionada somente produz tiro ‘estando carregada (cartucho de munição inserido na câmara de carregamento do cano), engatilhada’ (Laudo pericial 2.3.2020.40689-01, p. 9). Depreende-se, portanto, que a pistola Imbel produziu o tiro que culminou com óbito do cadáver mediante o acionamento regular do gatilho”, conclui o perito.

O laudo feito na pistola concluiu que “a arma de fogo questionada AFQ1, da forma como foi recebida nesta Gerência, somente se mostrou capaz de realizar disparo e produzir tiro estando carregada (cartucho de munição inserido na câmara de carregamento do cano), engatilhada, destravada e mediante o acionamento do gatilho”.

O laudo contradiz o depoimento da adolescente B.O.C., também de 14 anos, que afirmou ser responsável pelo disparo que matou Isabele. Em depoimento à Polícia Civil, dois dias após a morte, ela alegou que a arma havia disparado após um acidente com a case (maleta onde armas são guardadas). A adolescente afirmou que o namorado, de 16 anos, havia levado a arma para o empresário Marcelo Cestari, pai da menor, fazer a manutenção. Que na case haviam duas armas. Que o namorado foi embora e como o irmão estava com medo de ser parado em blitz, pediu para deixar as armas no local.

O empresário Marcelo Cestari teria pedido para alguém guardar a arma. A adolescente disse que se ofereceu, pegou a case e subiu para o segundo andar. A case deveria ser guardada no guarda-roupa do pai. Mas ela alega que percebeu que Isabele estava no seu quarto, e foi ver o que a amiga estava fazendo. Que a amiga estava no banheiro e quando ela se aproximou, a case caiu. Ao pegar a case e as duas armas, que haviam saído da pasta, teria se desiquilibrado e a arma disparou sozinha.

O namorado da adolescente afirmou que quando deixou a arma na casa da namorada, ela estava descarregada.

Isabele morreu no dia 12 de julho deste ano, por volta das 22h. O tiro atingiu o nariz e saiu na nuca.

Os laudos periciais foram entregues para o delegado Wagner Bassi, da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), nesta terça-feira (11). Uma reconstituição está prevista para o dia 18 deste mês e é a última parte da investigação.

 

 

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