EUZIANY TEODORO
DO REPÓRTERMT
O pistoleiro Antônio Gomes da Silva, que executou o advogado Roberto Zampieri, no dia 5 de dezembro em Cuiabá, confessou o crime à Polícia Civil, mas inventou inúmeras versões sobre seu envolvimento.
Em entrevista ao RepórterMT, o delegado Edison Pick, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Mato Grosso (DHPP), disse que Antônio “é um artista” e exímio mentiroso. A equipe do delegado está em Minas Gerais para conduzir esta etapa das investigações.
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“Ele é um artista. Assim como ele enganou o doutor Zampieri, quando ele esteve no escritório, se passou por cliente e contou uma história de uma aquisição de terras para fazer um mal, ele tentou enganar a polícia. Contou muitas histórias. Pra cada polícia ele contou uma história diferente. E a cada recomeço do depoimento, ele novamente contava uma nova história. Então, resumindo, ele mentiu muito”, afirmou o delegado.
Apesar das muitas mentiras, Antônio não pode negar o crime, já que ele aparece nas imagens de câmeras de segurança do escritório Zampieri e Campos, um dia antes do homicídio. Na ocasião, entrou disfarçado, se passando por um idoso debilitado, utilizando boina e uma bengala (veja no final da matéria).
De acordo com Edison Pick, “não tem como negar as imagens”. “Ele confessou que foi ele, não tem como negar, as imagens mostram ele, né. Só não deu muitos detalhes de como foi, se foi pago, não deixou muito clara essa situação.”
O depoimento de Antônio foi tomado na noite de ontem. Na tarde desta quinta-feira, ele vai passar por audiência de custódia, onde será decidido pela manutenção ou não da prisão, assim como o recambeamento para Cuiabá.
Mandante do crime
A mandante do assassinato é a empresária de Minas Gerais, Maria Angélica Caixeta Gontijo. Ela foi presa em Patos de Minas, também na quarta-feira (20). A mulher ainda está sendo ouvida na Polícia Civil.
A motivação teria sido a disputa pela fazenda Lago Azul, no município mato-grossense de Ribeirão Cascalheira.
Zampieri atuou como advogado da empresária em 2020 nessa ação. Durante os trabalhos, ele fechou um acordo, com aval dos proprietários - pais da empresária - entretanto, Maria Angélica teria voltado atrás e passado a acusar Zampieri de "trair seus interesses e de falsificar assinaturas".
A partir daí, Maria Angélica declarou "guerra" a Roberto Zampieri e a Evelci Rossi, que adquiriu a fazenda e venceu o processo.
Os dois fizeram uma queixa-crime contra Maria Angélica e ela foi condenada a pagar uma indenização de R$ 200 mil ao advogado, uma semana antes do crime, em 29 de novembro.
De acordo com o delegado Edison Pick, o pistoleiro se negou a envolver o nome de outras pessoas durante o depoimento.