THIAGO NOVAES
DO REPÓRTER MT
Prints de mensagens trocadas entre a adolescente grávida Emelly Azevedo Sena, de 16 anos, que foi assassinada nessa quarta-feira (12), e Nataly Helen Martins Pereira, que confessou a autoria do assassinato, mostram como a acusada atraiu a adolescente para o local do crime.
Um dos delegados do caso, Caio Albuquerque, afirmou que Nataly confirmou que usou as doações como forma de atrair a vítima. “Ela estava atraindo essa adolescente, tem mensagens, tudo, ela atraindo. E ela mesma nos declara isso que ela estava conversando com essa adolescente para oferecer roupas, donativos. Isso é fato”, disse à imprensa na manhã desta sexta-feira (14).
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Os prints foram divulgados pelo Programa do Pop, da TV Cidade Verde, nessa quinta (13).
Nataly teria conhecido Emelly em um grupo de mães no WhatsApp e se oferecido para doar roupas para Emelly. Diante da recusa inicial de Emilly em ir até o local, por ser muito distante, a acusada se ofereceu para pagar um uber para a vítima.
Reprodução

Veja a conversa:
Nataly: Sou de Cuiabá, Jardim Florianópolis.
Emelly: Vixx, muito longe.
Nataly: Se precisar, pago o Uber, mas tem que vir buscar pra mim conhecer a pessoa.
Nataly: Pois tive doando esses dias atrás e pegaram pra vender.
Nataly: Pois são tudo roupas praticamente novas.
Nataly: Trabalho em um condomínio, os ricos dão.
Em outro print com uma pessoa não identificada, Nataly confidenciou que havia perdido um bebê em agosto de 2024, e que estavam procurando mulheres grávidas que quisessem doar o bebê.
Nataly: Perdi meu bebê cara.
Nataly: Tô mal.
Mulher desconhecida: Eu compreendo a sua dor, eu sei que agora você não vai conseguir compreender os propósitos de Deus.
Nataly: Estamos procurando alguém que esteja grávida e queira doar, porque eu não posso mais.
Reprodução

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O caso
Emelly desapareceu na quarta-feira (12), depois de sair de casa, em Várzea Grande, em busca de uma doação de roupas para a filha, que estava perto de nascer. Acreditando que ganharia as peças, Emelly foi até a casa onde foi morta. Lá, ela foi brutalmente assassinada e teve a filha arrancada de seu ventre. Nataly usou uma faca para abrir a barriga da vítima e tirar a criança.
Ela foi enterrada em uma cova rasa na manhã de quinta (13), no quintal de uma casa no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá.
Após esconder o corpo, a criminosa pegou a menina e foi para o Hospital Santa Helena, onde tentou se passar pela mãe da criança. Ela e o marido chegaram a tentar registrar a menina, mas a equipe médica notou que ela não tinha dado à luz a bebê, bem como alegava. Com isso, a polícia foi acionada.
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Nataly deve responder por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. Nataly e o seu marido, Christian Albino Cebalho de Arruda foram presos na noite de quinta-feira (13). O casal foi preso após tentar registrar o nascimento do bebê, alegando que Nataly teria dado à luz em casa. Já outros dois envolvidos foram presos no local do crime.
Para os investigadores, Nataly confessou a autoria do crime e segue presa. Já os outros envolvidos prestarem depoimento na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Cuiabá, e foram solto após a principal suspeita do crime, Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, confessar que agiu sozinha.