KARINE ARRUDA
DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTER MT
Chefe de uma facção e considerado de alta periculosidade, Sandro da Silva Rabelo, conhecido como 'Sandro Louco', chegou a lucrar R$ 75 mil por mês com a revenda de produtos no "mercadinho" da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. A informação, revelada por ele em depoimento prestado em dezembro passado, ganhou destaque novamente nessa quarta-feira (8), data em que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovou um projeto de lei que visa endurecer as normas nos presídios do estado.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Ao juiz da Vara do Crime Organizado, Jean Garcia de Freitas Bezerra, Sandro contou que, em 2012, teve a ideia de abrir o “mercado do preso”. A proposta chegou a ser apresentada à direção do presídio, que acabou aceitando a ideia e decidiu administrar o empreendimento por meio da Associação dos Servidores da Penitenciária Central (Aspec).
Ao magistrado, Sandro relatou que fazia uma lista com as demandas dos detentos e enviava à Associação, que fornecia os produtos para revenda. Contudo, assim que as mercadorias acabavam, os presidiários recompravam dele, fazendo com que ele lucrasse até R$ 75 mil por mês com a revendas de produtos no “mercadinho do preso”.
Leia mais - Sandro Louco e comparsas são condenados por lavagem de dinheiro e organização criminosa
Na época, a declaração de Sandro Louco não foi bem vista, desencadeando na Operação Nexus, deflagrada pelo Gaeco no começo de dezembro de 2024. A ação apurou a ligação de agentes públicos com a organização criminosa com a qual Sandro faz parte. Durante as ações, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, sendo quatro em residências e um na Aspec, responsável por tocar o mercadinho.
Durante essa operação, o Gaeco reafirmou que Sandro disse em seu interrogatório que a cantina/mercadinho estava vinculada à facção, possibilitando a circulação de mercadorias e capitais de maneira autônoma pelos líderes faccionados.
Sandro Louco tem, pelo menos, 15 condenações por crimes contra o patrimônio e dois assassinatos. Somadas, as penas passam de 200 anos de prisão.
Reunião na ALMT
Por esse motivo, dando continuidade a uma série de medidas que deverão ser implementadas nos presídios do Estado, representantes dos poderes públicos, como o presidente da ALMT, Eduardo Botelho (União), o desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), e o corregedor-geral de justiça, Thiago Damasceno, se reuniram no Parlamento estadual no início desta semana.
O encontro serviu para que os poderes definissem, em conjunto, os detalhes do projeto de lei que posteriormente foi aprovado na AL. Ficou decidido que será mantido o mercado dos presos, destinado à venda de produtos que não são fornecidos pela diretoria dos presídios. Porém, esses estabelecimentos não serão mais comandados pela associação dos servidores dos presídios, mas sim pelos Conselhos de Comunidades (Órgãos da execução penal formados por membros nomeados pelo governador do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios).
“O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração Pública Estadual de Mato Grosso. A comercialização de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração do estabelecimento penal deverá ser gerida pelos Conselhos da Comunidade”, diz trecho do documento redigido após a reunião.
Adilson 09/01/2025
Implantam uma boate também kkkk!
Aristeu Viturino Pereira 09/01/2025
Muito Vergonhoso!!!
2 comentários