FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTERMT
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Sebastião Reis Junior, mandou soltar o empresário Edézio Correa, acusado de liderar um esquema de fraudes em licitações, que faturou R$1,8 bilhão saqueando cofres públicos. Ele foi preso na Operação Gomorra, deflagrada no dia 7 de novembro, pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco).
Porém, segundo a decisão, o empresário deve ficar afastado das empresas em que é sócio.
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A defesa de Edézio sustentou que a prisão preventiva dele não estaria suficientemente fundamentada em elementos concretos e contemporâneos.
Destacou ainda as condições pessoais favoráveis e a suficiência das medidas cautelares alternativas.
Na decisão, o ministro pontuou que o empresário é réu primário e supostamente teria praticado crimes sem violência ou grave ameaça à pessoa. “Verifica-se ser desproporcional a imposição da constrição corpórea em hipótese na qual não há evidência de que a permanência do agravante em liberdade implicará risco real e concreto ou à instrução processual ou à sociedade”.
“Dessa forma, revela-se mais adequada a imposição de medidas cautelares alternativas, em observância à regra de progressividade das restrições pessoais, já que apenas em último caso será decretada a custódia preventiva e, ainda, quando não for cabível sua substituição por outra cautelar menos gravosa”, pontuou o ministro.
Operação Gomorra
De acordo com as investigações do Naco, Edézio, como o cabeça da organização criminosa, utilizou sua esposa Tayla, seus sobrinhos Roger, Waldemar e Janio e sua irmã Eleide como laranjas.
Todos eles eram sócios proprietários das empresas Pontual Comércio e Serviços de Terceirizações, Pantanal Gestão e Tecnologia, Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda e Coentro América Frotas Ltda, que eram usadas para saquear os cofres de diversos municípios, entre eles Barão de Melgaço, onde contavam com a ajuda da prefeita Margareth Gonçalves da Silva (União), que foi alvo de busca e apreensão na mesma Operação.
De acordo com o Naco, a suspeita é de que as empresas tenham contratos homologados em mais de 100 prefeituras e câmaras municipais.