GAZETA DIGITAL
Investigação da Polícia Civil aponta que tesoureiro da facção Comando Vermelho (CV) abriu conta bancária de time de futebol de dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE). Alvo de mais uma operação da Polícia Civil por lavagem de dinheiro e integrar organização criminosa, Paulo Witer Farias Paelo, 38, conhecido como WT, conseguiu, de dentro da sua cela, continuar na liderança das práticas criminosas da facção.
Preso no final de março deste ano, em Maceió (AL), na Operação Apito Final, quando chegou à penitenciária, em Cuiabá, ele já tinha um celular a sua espera na cela.
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A investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) apurou que o celular foi usado para abrir e movimentar conta bancária do time de futebol criado por ele, o “Amigos do WT”. De dentro da cela, Paulo Witer abriu a conta em um banco digital e fez a validação do aplicativo bancário. Criado com a função de promover o nome de WT e o da facção criminosa, o time também foi inscrito, no início do ano, no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.
Já a conta foi criada em 28 de julho deste ano, ou seja, quatro meses após a prisão de WT. A foto tirada por ele para validação do aplicativo bancário mostra claramente que está dentro de uma cela. “A fragilidade dos sistemas de bloqueio tem permitido João Vieira/Arquivo que detentos continuem a utilizar aparelhos telefônicos dentro da unidade, perpetuando suas atividades criminosas de forma praticamente ininterrupta”, cita investigação da Polícia Civil.
O cadastro do Amigos do WT foi criado em 25 de janeiro e está em nome do tesoureiro. A empresa (time) apresentou como atividade principal a realização de eventos esportivos e similares, com TANGARÁ faturamento mensal presumido de R$ 17,5 mil. Na decisão judicial que embasou a Operação Fair Play, deflagrada pela GCCO no final de novembro, foi determinada a suspensão da pessoa jurídica do time.
As investigações que embasaram as Operações Apito Final e Fair Play reuniram um vasto acervo probatório que aponta que Paulo Witer ocupa posição de liderança dentro da maior facção criminosa em atuação no estado, sendo responsável direto pela gestão financeira da organização e, mesmo fisicamente segregado, continuava a comandar operações criminosas utilizando celulares que lhe são fornecidos em troca de pagamentos.