facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 15 de Novembro de 2024
15 de Novembro de 2024

06 de Junho de 2024, 11h:46 - A | A

POLÍCIA / ALVOS DO GAECO

Veja os nomes dos advogados acusados de entrarem com celulares na PCE

O grupo teria usado um freezer para encher de aparelhos e entrar na penitenciária

FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTERMT



Três advogados foram alvo da Operação Pandora, deflagrada nesta quinta-feira (6), contra um esquema de entrada ilegal de aparelhos celulares na Penitenciária Central do Estado (PCE).

Conforme investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), Fabiana Félix de Arruda Souza, Elvira Kelli Almeida Cruz e Cleberson dos Santos Silva Schmit, com ajuda de policiais penais, facilitavam a entrega dos objetos para os presos. Através dos dispositivos, os detentos praticavam e ordenavam vários crimes extramuros.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

Os advogados se valiam da prerrogativa da profissão para entregar os aparelhos celulares, componentes e acessórios durante visitas. O grupo teria usado um freezer para encher de celulares e entrar na PCE.

Eles tiveram o exercício da profissão suspensos pela Justiça. 

A denominação “Caixa de Pandora” é uma metáfora usada para caracterizar ações que, menosprezando o princípio de precaução, desencadeiam consequências maléficas, terríveis e irreversíveis.

Conhecida da polícia

Fabiana Félix já tinha sido alvo da Operação Apito Final. Ela é acusada de emprestar o nome para o líder do Comando Vermelho, Paulo Witer Farias Paelo, o WT, para compra de veículos.

De acordo com os investigadores, quando foi preso em 2021, Paulo Witer dirigia uma Mitsubishi Pajero Sport HPE, registrada em nome da advogada Fabiana. O veículo tinha sido adquirido por R$ 310 mil, e foi pago por outras duas pessoas que também aparecem nas investigações da GCCO: Filipe Augusto Viecili e Renan Freire Borman.

Além da Pajero, Fabiana também “emprestou seu nome” para a compra de um Toyota Corolla, pelo valor de R$ 176,8 mil. Este segundo veículo também foi pago por Renan Borman.

Mensagens trocadas entre Paulo Witer e a advogada, identificadas pela Polícia Civil, confirmam a participação de Fabiana como “testa de ferro” para o esquema de ocultação de bens desde, pelo menos, 2020.

Leia mais: Advogados ultrapassaram limites éticos e passaram a integrar organização criminosa como "testas de ferro", aponta investigação

Outro lado

A Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso (OAB-MT) esclarece que, através do Tribunal de Defesa das Prerrogativas (TDP), está acompanhando a Operação Caixa de Pandora, deflagrada na manhã desta quinta-feira (6), pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), em Cuiabá. 

Também esclarece que os advogados não têm como, se valendo da prerrogativa da profissão, entregar aparelhos celulares, durante visitas aos internos no parlatório da Penitenciária Central do Estado (PCE), porque, por medida de segurança, não há contato entre as partes e o diálogo entre o profissional da advocacia e o cliente é feito através de um vidro. Além disso, na entrada da pentienciária é obrigatório passar por scanner, que registra a menor presença de metais e eletrônicos.

A OAB-MT externa ainda que, ao deflagrar esta Operação, o Gaeco não cumpriu a legislação (Lei 8.906 - Estatuto da advocacia e da OAB), que preconiza que a Ordem dos Advogados seja informada sobre ações envolvendo advogados com 24h de antecedência.

Comente esta notícia