facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 22 de Novembro de 2024
22 de Novembro de 2024

21 de Maio de 2024, 15h:10 - A | A

POLÍCIA / NO CONTORNO LESTE

Vídeo mostra policiais civis entrando em hangar momentos antes de matar idoso com tiro no peito

João Antônio Pinto, de 87 anos, foi morto no dia 23 de fevereiro deste ano, dentro da sua propriedade, em Cuiabá

THIAGO STOFEL
REPÓRTERMT



Um vídeo a que o RepórterMT teve acesso mostra o momento em que policiais civis fazem abordagem no hangar do idoso João Antônio Pinto, de 83 anos, que resultou no assassinato dele no dia 23 de fevereiro, em Cuiabá. A Corregedoria da PJC instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o investigador Jeovanio Vidal Griebel, autor do disparo que matou o idoso.

As imagens mostram os policias, com arma em punho, entrando no hangar onde o idoso estava, que fica dentro da propriedade dele. Durante o trajeto, o homem que faz a filmagem chega a dizer que o João Antônio tem alguns “pistoleiros” contratados que ficam vigiando a área para que invasores não se aproximem da área.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

Leia mais - Corregedoria instaura processo e afasta policial civil que matou idoso no Contorno Leste

Ainda de acordo com a apuração do RepórterMT, João vinha recebendo ameaças de grileiros e membros de uma facção. Pouco antes do confronto, o idoso havia se envolvendo em uma discussão com invasores, chegando a ameaçar as pessoas com uma arma de fogo.

Quando os policiais civis foram acionados e chegaram na propriedade, encontraram João Antônio com uma espingarda na mão. Os policiais ordenaram que ele largasse a arma de fogo, mas João teria apontado para os policiais, quando acabou sendo atingido na altura do peito.

Uma equipe médica foi acionada e constatou o óbito no local.

O filho do idoso disse em entrevista na época do crime que os policiais agiram de forma bruta, já que seu pai era muito “velhinho” e tinha problemas e audição e visão.

O procedimento instaurado na Corregedoria-Geral imputa a Jeovanio as supostas práticas de homicídio, falsidade ideológica, improbidade administrativa, além de diversas infrações administrativas.

A Corregedoria determinou ainda o afastamento do servidor das atividades operacionais, devendo o policial atuar apenas em atividades estritamente administrativas, além do recolhimento da arma de fogo e a proibição de utilização de viatura, até a completa apuração dos fatos nas esferas administrativa e criminal.

Todas as condutas relacionadas aos fatos estão sendo apuradas, inclusive, os motivos que levaram o investigador e uma equipe policial até o local onde ocorreu a morte.

VEJA VÍDEO

Relembre o caso

O idoso chegava em casa quando flagrou dois homens instalando uma cerca e teve início uma discussão. A área em questão havia sido invadida em fevereiro do ano passado e a família vinha buscando uma decisão judicial para reintegração de posse.

Um dos homens que estava erguendo a cerca, identificado como Elmar Soares Inácio, telefonou para o cunhado, o policial civil Jeovanio Vidal Griebel, e disse que havia sido ameaçado de morte pelo idoso. “Ele ligou para o cunhado e dentro de meia hora o cunhado reuniu três carros e seis agentes policiais da Delegacia de Estelionato e se dirigiram até a propriedade do senhor João Pinto”, explica a advogada.

Leia mais - Idoso de 87 anos morre em troca de tiros com a polícia

Os seguranças que trabalhavam na propriedade do idoso foram revistados e orientados a não informar da chegada dos veículos descaracterizados. Eles obedeceram, acreditando que se tratava de uma operação policial.

Em seguida, os policiais foram em direção ao galpão onde o idoso estava com o caseiro da propriedade. Os policiais chegaram gritando e já com a arma em punho. O caseiro obedeceu, mas João Pinto não ouviu o que eles tinham dito, pois tinha problema de audição.

A versão dos policiais é que o idoso teria sacado uma arma e os agentes de segurança teriam agido em legítima defesa, o que a advogada da família da vítima nega.

Comente esta notícia