ANA ADÉLIA JÁCOMO
DA REDAÇÃO
O deputado estadual José Riva (PSD) declarou nesta terça-feira (4) que já recebeu mais de 15 convites para integrar o seleto grupo de conselheiros do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT). Em entrevista à Rádio Mix, ele disse que, momentaneamente, descarta a possibilidade, mas acredita que “mais pra frente” terá condições para isso.
Rumores de que Riva pudesse assumir uma cadeira no TCE ganharam forças esta semana após o deputado fazer duas visitas ao tribunal. Este é o último ano que Riva desempenha um mandato eletivo. Ele está inelegível por oito anos por ter sido barrado na Lei da Ficha Limpa, tendo inclusive seu registro de candidato a governador indeferido neste pleito.
“Eu sempre disse que não quero, não vou e não tenho perfil pra ser conselheiro; jamais tive esse projeto de vida, mas já fui convidado umas 15 vezes e iria com a maior facilidade, mas não vai ser hoje que vou"
Riva negou que esteja pleiteando a vaga, que conta com salários de R$ 26 mil, auxílio moradia de R$ 7.235; R$ 2.924 por abono de permanência, 14º e 15º salários que seriam provenientes de uma ajuda de custo para compra de livros, a chamada “aquisição de obras técnicas” e verba indenizatória.
“Eu sempre disse que não quero, não vou e não tenho perfil pra ser conselheiro do TCE. Jamais tive esse projeto de vida pra mim, mas já fui convidado umas 15 vezes e iria com a maior facilidade, mas não vai ser hoje que vou. Eu acho que daqui a pouco até tenho condições pra isso, mas eu quero dizer que não quero. Estou sabendo que algumas pessoas têm debatido isso em veículos de comunicação, elas não estão autorizadas a debater uma coisa que eu não quero”.
Pelo fato de Riva responder a mais de 100 processos pelos crimes de improbidade administrativa com dolo e dano ao erário e ter quatro condenações em segunda instância, ele acredita que sua situação jurídica pode causar-lhe impedimento legal para assumir uma vaga no Tribunal de Contas.
“Isso é questionável. A partir do momento que eu fiquei inelegível, pode ser que tenha impedimento legal. Estamos otimistas que o que eu sempre falei vai acontecer. Infelizmente o juiz de primeiro grau não me deu o direito de produzir provas, aliás, o Ministério Público pediu provas que não estão sendo levadas em conta nesses julgamentos”, completou o deputado.
Ele classificou a imprensa que ventilou os boatos como “pessoas irresponsáveis que não são amigas”. “As pessoas que falam isso são irresponsáveis, que não tem compromisso com a verdade, pelo simples fato de abrir esse debate. Não são meus amigos, porque meus amigos não falariam isso”.
Riva aposta na iniciativa privada para dar continuidade à sua carreira de gestor. Na Assembleia, ele desempenhou por 20 anos o papel de presidente e primeiro secretário, alternadamente.
“Quero dizer ao povo de Mato Grosso que eu quero trabalhar na minha atividade. A gente precisa de muito pouco pra viver e tenho certeza que na iniciativa privada eu ainda tenho uma vida útil muito grande”, disse ele.