facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 15 de Janeiro de 2025
15 de Janeiro de 2025

07 de Março de 2012, 15h:19 - A | A

POLÍTICA / ENTREVISTA

Serys quer ser "mãe" de Cuiabá, mas vê PT enfraquecido em MT

Para a ex-senadora os embates entre ela e Abicalil enfraqueceram a legenda em Mato Grosso

ABDALLA ZAROUR



Ela não está mais no poder, mas garante que está bem melhor longe dele. Serys Marly (Slhessarenko) diz estar, hoje, mais perto da família. “Eu não tenho mandato, eu não tenho cargo, sou uma cidadã do povo, só tenho meu título de eleitor”, disse bem-humorada.

Serys visitou a redação do RepórterMT e falou sobre as eleições municipais em Cuiabá, sobre o seu nome como pré-candidata, e sua “relação” com o ex-deputado Carlos Abicalil, cacique maior do PT em MT. Serys deixa claro que o partido está fragilizado em MT e alfineta Abicalil.

Eleições 2012

Com um grupo que ainda tem condições de definir o rumo do PT neste pleito, Serys falou sobre a situação do partido nas eleições de 2012 em Cuiabá.

Neste momento, o primeiro nome que aparece como pretenso pré-candidato do partido é do vereador Lúdio Cabral, que tenta convencer a legenda de que o PT deve ter candidatura própria, e que de preferência defender o nome dele. Uma situação que só dependeria do aval do grupo da ex-senadora. Para embolar ainda mais o meio campo, Serys disse que o seu nome está à disposição da agremiação numa eventual pré-candidatura. Ou seja, a ex-senadora também entrou na briga pela prefeitura de Cuiabá. “Cuiabá de repente precisa de uma mãe, pra organizar, pra arrumar, é uma cidade que está precisando ser protegida, eu acho que nós estamos em tempo de mulher no governo”, comentou.

Sobre a notícia de que ela estaria tentando levar o PT para se coligar com o PSB de Valtenir Pereira para ser vice de Mauro Mendes, Serys voltou a defender a tese de que é o colegiado de delegados do partido que vai ter a missão de decidir os rumos da legenda, mas fez questão de deixar claro que não vai interferir ou atrapalhar o trabalho de Lúdio Cabral que sonha em ser pré-candidato do partido.

O colegiado do partido só deve definir se o PT vai ter candidato ou fazer parte de alguma aliança no dia 22 de abril.

Carlos Abicalil

Em 2010, Serys estava certa que seria candidata novamente ao cargo de senadora. Mas o colega de partido, e na época deputado federal, Carlos Abicalil, achou que deveria ser ele o candidato. Foi o suficiente para provocar um grande racha no PT, já que a campanha, praticamente, tinha começado. Serys diz que não guarda rancor ou qualquer mágoa sobre o episódio. “Eu não tenho essa história de rancor, de mágoa, isso só serve para dar câncer”, comentou. Apesar disso, ela admite que houve sim um desentendimento, já que para Serys, o nome dela estava como o mais bem cotado para o cargo de senador, e não o de Carlos Abicalil.”Eu era a oitava melhor senadora daquela legislatura dos 81 senadores. Eu tinha um mandato bem avaliado nacionalmente, mas ele (Abicalil) me tirou a possibilidade de disputar o senado”, explicou.

A ex-parlamentar comentou que a decisão de tirá-la da candidatura foi de Carlos Abicalil, já que ele tinha maioria dentro do PT. Por conta disso, ela foi convencida a disputar o cargo de deputada federal com certa resistência. “Minha candidatura foi lançada no dia 15 de agosto, na metade da campanha e eu contrariada”, explicou.

Serys, em outras palavras, acusa o ex-deputado Carlos Abicalil de ser o responsável pelo encolhimento do partido no estado. Abicalil e Serys não conseguiram ser eleitos. “Eu diria que foi um erro tático eleitoral gigantesco. O partido ficou machucado. O partido tinha uma senadora, um deputado federal e dois deputados estaduais, hoje o partido tem apenas um deputado estadual”, alfinetou.

Estranheza

Serys revela que achou estranho o comportamento do PT de Mato Grosso. Logo após as eleições, ela voltou para Brasília para ser presidente interina do Senado e do Congresso, já que José Sarney (PMDB) estava com problemas de saúde. A ex-senadora também acabou sendo a relatora da peça orçamentária. A ex-parlamentar disse viveu momentos difíceis, já que teve de segurar a oposição durante o momento do segundo turno presidencial.

Mas no dia 15 de fevereiro do ano passado, para surpresa de Serys, o PT regional pediu a sua expulsão. “Eu ainda não sei por que eles pediram a minha expulsão”, disparou.

O motivo seria o não engajamento dela na campanha de Abicalil, mas ela contrapõe. “Mas se foi porque eu não trabalhei pra ele, primeiro teria que ter as provas, segundo era três de outubro que tinha que ter entrado com o pedido de expulsão, não tinha que esperar eu ser presidente do Senado e me feito “segurar” o governo Lula. Me deixaram na berlinda aí uns quatros meses, mas dia primeiro de junho eles se reuniram a câmara do PT e passaram a borracha. São coisas assim que fragilizam o partido”, comentou.

Novos ares

A militante do PT diz que presta uma espécie de consultoria pública gratuita para uma instituição chamada Globe Internacional - Organização Mundial de Parlamentares para o Desenvolvimento Equilibrado.

A ex-parlamentar disse que tem viajado por vários países, através da Globe e que está sendo preparada uma reunião que será realizada no Brasil na véspera da  Rio+20. A Organização da qual Serys faz parte debate temas ligados ao Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental, com foco na economia verde.
 

Comente esta notícia