KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO
Testemunhas de acusação foram arroladas para tratar em juízo nesta sexta-feira (6) sobre a contratação de serviços gráficos, possivelmente superfaturados, através dos quais, o ex-presidente da Câmara de Cuiabá João Emanuel (PSD), na condição de líder da mesa diretora, teria desviado do erário municipal algo em torno de R$ 1,6 milhões.
“Dois peritos do Ministério Público Estadual falaram sobre a questão das contratações gráficas, mas nada que tenha incomodado meu cliente”, assegura o advogado Eduardo Mahon, que defende o ex-vereador.
João Emanuel chegou a ser preso na Operação Aprendiz, deflagrada em novembro de 2013, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Esta foi uma das audiências de instrução, fase em que a juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, responsável pelo processo, se apropria dos fatos, através das oitivas das testemunhas de acusação e defesa.
O ex-vereador, que foi denunciado pelo Ministério Público Estadual, responde, neste processo, por formação de quadrilha e peculato, junto com outros cinco réus, entre eles o ex-deputado estadual Maksuês Leite, dono da Gráfica Propel, acionada pelo esquema denunciado pelo MP para confeccionar crachás, livros e cartilhas. Os materiais não teriam sido entregues à Câmara. Ambos foram dispensados pela juíza e não foram ouvidos na audiência desta sexta.
Até o fechamento desta matéria, quatro testemunhas de acusação tinham sido ouvidas.
Conforme informações do Tribunal de Justiça, é provável que a próxima audiência seja confirmada para a próxima segunda-feira, dia 9, quando a juíza vai colher os depoimentos das testemunhas de defesa.
A Operação Aprendiz realizada pelo Gaeco levou esse nome porque se referia ao ex-vereador João Emanuel como genro do ex-deputado estadual José Riva, que responde a mais de 100 processos na justiça. O genro estaria se comportando como um aprendiz do sogro. Os promotores, à época, negaram a relação.
João Emanuel tem reafirmado que é inocente.